15 dez, 2015 - 17:37 • Rosário Silva
No Ano da Misericórdia, o arcebispo de Évora faz deste tema o centro da sua mensagem de Natal e começa por lembrar que a festa “evoca o amor misericordioso de Deus para com a humanidade e que por Jesus Cristo se manifestou em toda a sua plenitude”.
Foi “pela encarnação do Verbo”, escreve D. José Alves, que “a misericórdia adquiriu maior densidade e visibilidade”, já que apareceu com um rosto humano.
“Em Jesus, Deus experimentou a vida do homem por dentro: amou com amor humano, sofreu com dor humana, chorou lágrimas humanas e viu a vida com olhos humanos. Até então, Deus tinha visto o homem de fora e passou a vê-lo de dentro”, acrescenta o prelado.
No seguimento desta reflexão, o arcebispo diz que “a encarnação foi a maior manifestação da misericórdia de Deus e concretizou-se pelas palavras, pelos gestos e por toda a vida de Jesus” que, na sua condição de pobre e perseguido, “viveu como emigrante, ouviu o grito dos que sofriam, acolheu os pecadores, conviveu com os fariseus, foi ao encontro das situações de pobreza e de pecado e nunca voltou a cara a ninguém. Nele revelou-se a misericórdia divina com rosto humano”.
Dias depois do começo do Jubileu da Misericórdia e na celebração de mais um Natal, “os discípulos de Jesus também são convidados a dar rosto à misericórdia, pelas palavras, pelos gestos e pela vida, saindo da sua zona de conforto para as periferias geográficas e existenciais, como pede o Papa Francisco”.
Para o efeito, D. José Alves propõe que “encarnemos na nossa vida alguma das situações que precisam de ser redimidas” com disponibilidade interior “para ouvir uma voz incómoda, silenciar um grito de revolta, baixar a voz de protesto, estender a mão ao necessitado, oferecer tempo, compaixão e perdão ao semelhante, abrir a porta do coração ao desamparado, ir ao encontro dos afastados”.
O pastor chama ainda a atenção para outras situações “perto de nós, que esperam por um gesto de misericórdia”, que “oferecida ao nosso semelhante será, com certeza, a melhor forma de anunciar o amor de Deus revelado em Jesus Cristo, nascido de Virgem Maria, na gruta de Belém".
No final, D. José lança o desafio: “Façamos da misericórdia o nosso presente de Natal!”