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Em Fátima, cardeal italiano critica “crueldades brutais infligidas aos cristãos”

12 out, 2015 - 21:08

Milhares de católicos deslocaram-se a Fátima esta segunda-feira para participar na vigília do 13 de Outubro, presididas pelo cardeal italiano Battista Re.

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O prefeito emérito da Congregação para os Bispos, cardeal Giovanni Battista Re, criticou esta segunda-feira, no início da peregrinação internacional de Outubro ao Santuário de Fátima, as “crueldades brutais infligidas aos cristãos”.

“Entre os motivos de profunda angústia, conta-se a perseguição dos cristãos, obrigados a pagar um alto preço para permanecerem fiéis à sua fé. Mesmo nestes últimos tempos, temos assistido a crueldades brutais infligidas aos cristãos no Médio Oriente e na África em razão da sua fé”, afirmou Giovanni Battista Re, também presidente emérito da Pontifícia Comissão para a América Latina.

Na Capelinha das Aparições, o cardeal italiano, retomando palavras do papa Francisco, disse que a Igreja “vai-se tornando cada vez mais uma Igreja de mártires”, isto é, “de homens e mulheres vítimas de perseguições e violências inauditas só por causa da fé que professam”.

“Além disso, aflige-nos a propagação da violência, do ódio e do terrorismo”, continuou, referindo tratar-se de “nuvens escuras que deixam a Terra envolvida por um horizonte sem estrelas”.

Antes, o cardeal Giovanni Battista Re considerou haver uma “necessidade imensa” da ajuda da Virgem “nas preocupações e adversidades” sentidas, em cada um, nas famílias e na sociedade inteira, “resultantes da luta gigantesca que o mal trava contra o bem, agravada”, nos tempos atuais, “por forte diminuição da consciência moral e da sensibilidade aos valores humanos e cristãos”.

Os patriarcas e bispos orientais presentes no Sínodo dos Bispos sobre a família, que decorre até dia 25 em Roma, Itália, têm denunciado, nas respectivas intervenções, a situação dramática que enfrentam actualmente os cristãos e outras minorias na Síria e no Iraque.

Na quinta-feira, o patriarca siro-católico Inácio José III Younan, que vive no Líbano, denunciou o “inferno” da perseguição religiosa contra cristãos no Médio Oriente.

O patriarca afirmou que os cristãos estão “alarmados”, referindo-se a uma “provação catastrófica” para as famílias, que fazem “todos os possíveis para sair do inferno, particularmente do Iraque e da Síria”.

Younan também foi crítico da actuação das potências ocidentais. “Temos sido esquecidos, mesmos traídos pelas administrações ocidentais que obedecem somente a uma política de oportunismo político”, denunciou o patriarca.

“Chega deste oportunismo, é preciso fazer de tudo para devolver a paz e a estabilidade”, apelou ainda.

A peregrinação internacional de Outubro ao Santuário de Fátima, a última grande celebração do ano ao maior templo mariano do país e que tem como tema “Vigiai e Orai”, termina na terça-feira.

Dados do santuário indicam que se inscreveram para a peregrinação 127 grupos de quase 30 países, sendo de Itália o maior número de grupos, 22 no total.

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