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Perante sem-abrigo, Papa diz que não há razão para aceitar a falta de casa

24 set, 2015 - 16:51 • Aura Miguel , nos EUA, e Filipe d’Avillez

“Na oração, não há ricos e pobres; há filhos e irmãos. Na oração, não há pessoas de primeira classe ou segunda; há fraternidade", disse Francisco.

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Perante sem-abrigo, Papa diz que não há razão para aceitar a falta de casa

O Papa encontrou-se esta quinta-feira com pessoas sem-abrigo e aqueles que trabalham com eles em Washington. De visita aos Estados Unidos, Francisco assegurou-os da proximidade de Deus, mas também falou de questões mais terrenas. “Quero ser claro. Não encontramos qualquer tipo de justificação social, moral ou doutro género para aceitar a carência de habitação.”

Mas perante esta injustiça, disse o Papa, Deus está sempre com aqueles que sofrem. “São situações injustas, mas sabemos que Deus está a sofrê-las juntamente connosco, está a vivê-las ao nosso lado. Não nos deixa sozinhos.”

“Sabemos que Jesus não quis apenas ser solidário com cada pessoa, não quis apenas que ninguém sentisse ou vivesse a falta da sua companhia, da sua ajuda, do seu amor; mas Ele próprio Se identificou com todos aqueles que sofrem, que choram, que padecem qualquer tipo de injustiça. Ele diz-nos claramente: ‘Tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me’”.

O encontro com sem-abrigo aconteceu depois de um discurso no Congresso americano.

O Papa fez uma defesa do conceito de caridade cristã. “É a fé que nos diz que Deus está convosco, que Deus está no meio de nós e a sua presença incita-nos à caridade; aquela caridade que nasce do apelo de um Deus que não cessa de bater à nossa porta, à porta de todos para nos convidar ao amor, à compaixão, a darmo-nos uns aos outros.”

Mas, insistiu Francisco, a ajuda não se dá apenas através de esmolas, mas também através da oração. Esta é mesmo, garante, uma das formas mais eficazes de caridade. “A oração une-nos, irmana-nos, abre-nos o coração e lembra-nos uma verdade maravilhosa que às vezes esquecemos. Na oração, todos aprendemos a dizer Pai, papá, pelo que nela nos encontramos como irmãos. Na oração, não há ricos e pobres; há filhos e irmãos. Na oração, não há pessoas de primeira classe ou segunda; há fraternidade.”

De seguida, Francisco manifestou a necessidade do apoio e da proximidade dos pobres e sem-abrigo a quem se dirigia, e que comparou com São José, pedindo-lhes que rezem por ele. “Hoje quero unir-me a vós, preciso do vosso apoio, da vossa proximidade. Quero convidar-vos a rezar juntos uns pelos outros, uns com os outros. Assim, poderemos prestar este apoio que nos ajuda a viver a alegria de saber que Jesus está sempre no meio de nós. Aceitais?”

Findo este encontro, o Papa segue viagem para Nova Iorque, onde ainda celebra vésperas esta noite. Na sexta-feira dá-se outro dos pontos altos da visita do Papa aos EUA, com um discurso na sede da ONU.

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