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Papa lamenta incapacidade para encontrar soluções pacíficas para a Síria

17 set, 2015 - 13:24 • Ecclesia

Francisco voltou a lembrar os cristãos perseguidos no Médio Oriente e pediu às organizações católicas que não abandonem os refugiados.

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O Papa criticou esta quinta-feira a incapacidade da comunidade internacional de encontrar “soluções adequadas” para os conflitos na Síria e no Iraque, com as crises humanas que daí derivam.

Francisco falava perante os participantes num encontro promovido pelo Conselho Pontifício “Cor Unum”, da Santa Sé, para analisar a situação de crise que atinge 15 milhões de refugiados e deslocados sírios e iraquianos no Médio Oriente, com bispos e organismos católicos de solidariedade da região.

Segundo o Papa, vive-se neste momento “um dos dramas humanos mais esmagador das últimas décadas”, por causa das “terríveis consequências” dos conflitos na Síria e no Iraque sobre “as populações civis e o património cultural”.

“É preciso encontrar uma solução que não é nunca violenta, porque a violência cria novas feridas”, alertou.

Francisco recordou que, ao contrário do passado, hoje as “atrocidades e violações inauditas dos Direitos Humanos” são visíveis “aos olhos de todo mundo. Ninguém pode fingir que não sabe”.

Uma crise humana

O discurso aludiu às vítimas do conflito, em particular as comunidades cristãs onde “muitos irmãos e irmãs são perseguidos por causa da sua fé, expulsos das suas terras, mantidos em cativeiro ou mesmo mortos”.

Francisco recordou que “durante séculos”, as comunidades cristãs e muçulmanas conviveram no Médio Oriente “na base do respeito recíproco”.

O Papa sublinhou as consequências “cada vez mais insuportáveis” das actuais guerras sobre milhões de pessoas que estão “num preocupante estado de urgente necessidade”, após terem sido obrigadas a deixar as suas terras.

“O Líbano, a Jordânia e a Turquia carregam hoje o peso dos milhões de refugiados que acolheram generosamente”, acrescentou.

No meio de uma crise humana que “interpela todos”, Francisco apontou o dedo aos “traficantes de armas banhadas com o sangue de inocentes”.

Falando num “oceano de dor”, o pontífice argentino pediu atenção às necessidades dos mais pobres e indefesos, manifestando a sua preocupação com a situação das crianças que estão “privadas de direitos fundamentais”.

“Na Síria e no Iraque, o mal destrói os edifícios e as infra-estruturas, mas sobretudo destrói a consciência do homem”, alertou.

O Papa concluiu com um pedido às instituições solidárias católicas: “Não abandonem as vítimas desta crise, mesmo que a atenção do mundo venha a diminuir”.

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