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Investigadora: Pensamento que originou o Holocausto persiste

27 jan, 2015 - 16:02

A 27 de Janeiro de 1945 as forças soviéticas libertaram o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, que se tornou num símbolo do Holocausto, que terá custado a vida a cerca de seis milhões de judeus.

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A investigadora Esther Mucznik identifica sinais do pensamento que originou o holocausto em muitas das tragédias da actualidade, lembrando que continuam a existir grupos que se julgam no direito de matar.

A propósito do Dia Mundial das Vítimas do Holocausto, que se assinala esta terça-feira, a vice-presidente da comunidade judaica de Lisboa adiantou que esses sinais são visíveis por exemplo nos recentes atentados terroristas contra o semanário francês “Charlie Hebdo” e contra um supermercado judaico, em Paris.

"Apesar de o contexto histórico ser completamente diferente a verdade é que há elementos comuns. Por exemplo, no facto de pessoas se arrogarem o direito de decidir quem deve partilhar o planeta em que todos vivemos seja em nome do nacionalismo, seja em nome de Deus, seja em nome da religião", disse à agência Lusa.

"É um fenómeno que agora aconteceu em Paris, mas que tem acontecido ao longo das décadas e foi levado a um extremo no século XX com o Holocausto", acrescentou.

"Na verdade continuam a existir grupos humanos que consideram que tem o direito de tirar a vida a outros por diferentes razões", sublinhou a presidente da associação Memoshoá, que promove em Portugal o Dia de Memória do Holocausto. A data assinala o dia da libertação, em 1945, do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polónia, e foi aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas há uma década.

Lembrar o passado
Para Esther Mucznik, no ano em que passam 70 anos da libertação do campo e do final da II Guerra Mundial (em Maio do mesmo ano), importa "lembrar o passado, pensando no presente e no futuro".

"Importante é conseguirmos, através desse conhecimento, reflectir sobre o que aconteceu e perceber se na actualidade, em todas as tragédias que infelizmente têm continuado a acontecer, não há algo da terrível continuidade que levou ao holocausto. Ou seja, se não há pontos comuns que sirvam da alerta", sublinhou.

A 27 de Janeiro de 1945 as forças soviéticas libertaram o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, que se tornou num símbolo do Holocausto, que terá custado a vida a cerca de seis milhões de judeus.

Em Novembro de 2005, as Nações Unidas aprovaram uma resolução para marcar o dia 27 de Janeiro como o Dia Internacional em Homenagem às Vítimas do Holocausto e apelou aos países para que promovam programas educativos para transmitir a memória desta tragédia. Cerca de 80 países, incluindo Portugal, assinalam oficialmente a data.

Em Portugal, a Assembleia da República acolhe a exposição "Holocausto - Não foi uma brincadeira de crianças", uma mostra itinerante do Museu Yad Vashem, de Jerusalém, que relata o quotidiano das crianças nos campos de concentração nazis.

Em Auschwitz também se falava português
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