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"Cada vida é um dom". Meio milhão de pessoas marcham em Washington

22 jan, 2015 - 18:56 • Filipe d’Avillez

A maior marcha pró-vida do mundo decorre pelo 42º ano consecutivo. O Papa já expressou o seu apoio através do Twitter.  

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Centenas de milhares de pessoas voltam a enfrentar o frio que se faz sentir nesta altura do ano na capital dos EUA, para defender o valor da vida humana e protestar a decisão do Supremo Tribunal que, em 1973, legalizou o aborto em todo o país.

O Papa Francisco voltou a solidarizar-se com os participantes da marcha, enviando um "tweet" a repetir o lema do encontro e com o "hashtag" (etiqueta) #MarchForLife2015. Não é a primeira vez que Francisco se une espiritualmente aos manifestantes das causas "pró-vida", tendo feito o mesmo, através de uma carta enviada através da nunciatura, para a caminhada pela vida em Lisboa, em Outubro de 2014.

Para além desta marcha anual, estes movimentos continuam a tentar fazer aprovar leis para restringir o acesso ao aborto no país. Barack Obama tem sido um oponente de qualquer tentativa de o fazer ao nível federal e recentemente jurou que vetaria uma lei que o Congresso se preparava para discutir, que faria baixar o limite para o aborto legal até às 20 semanas. Nalguns estados americanos é legal abortar até ao terceiro trimestre da gravidez.

Perante a ameaça do Presidente, o Congresso deixou cair a proposta de lei que iria ser discutida esta quinta-feira, para coincidir com a marcha. Contudo, ainda assim, cerca de 500 mil pessoas que acorreram a Washington de todo o país, representando as mais variadas religiões e grupos políticos.

No entanto, a maioria republicana fez aprovar outra iniciativa que proíbe o financiamento federal de qualquer programa que inclua ou promova o aborto, apesar de esta lei aguardar certamente o veto de Obama.

Embora a marcha não seja uma iniciativa confessional, a Igreja Católica americana voltou a associar-se, nomeadamente através de uma missa de vigília presidida pelo cardeal Sean O'Malley.

Durante a sua homilia, o cardeal disse aos presentes que a causa pró-vida deveria caracterizar-se por um "amor especial pelos pobres, pelos marginalizados, pelos que sofrem e, especialmente, pela vida que está em perigo de ser descartada".

"Devemos trabalhar incansavelmente para mudar as leis injustas, mas devemos trabalhar ainda mais para mudar os corações e construir uma civilização do amor", afirmou.

[Notícia corrigida às 21h14]
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