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Paulo Rangel diz que situação em Moçambique é "completamente diferente" da que se vive na Venezuela

13 jan, 2025 - 23:50 • Ricardo Vieira

Ministro dos Negócios Estrangeiros vai representar Portugal na tomada de posse do Presidente moçambicano, Daniel Chapo, após umas eleições contestadas pela oposição, a que se seguiram tumultos nas ruas do país.

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O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, vai representar Portugal na tomada de posse do novo Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, “com grande sentido de responsabilidade” e rejeita comparações com a situação na Venezuela.

O chefe da diplomacia portuguesa, em entrevista à SIC Notícias, sublinha que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o Governo "entenderam que esta é a representação adequada”.

Sobre as críticas da oposição parlamentar, Paulo Rangel considera que os comentários “esquecem completamente as posições do Governo português” desde as eleições de 9 de outubro em Moçambique.

“O Governo condenou sempre todos os atos de violência e fez sempre um apelo fortíssimo às autoridades moçambicanas para não reprimirem as manifestações, para garantirem a segurança dos candidatos, fez sempre um grande apelo à reconciliação nacional”, sublinha o ministro dos Negócios Estrangeiros.

Paulo Rangel considera que a posição do Governo português “é muito moderada e muito equilibrada e visa essencialmente que as forças políticas em Moçambique possam dialogar e possam criar uma situação de estabilidade, de normalidade que leve a que seja possível trazer de novo a prosperidade ao povo moçambicano”.

Portugal não esteve representado, na semana passada, na tomada de posse do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, devido a denúncias de fraude eleitoral.

O ministro dos Negócios Estrangeiros rejeita comparações entre os casos de Moçambique e da Venezuela.

“A situação na Venezuela é completamente diferente. Existe uma prova objetiva de que os resultados eleitorais davam um outro vencedor, e isso estava no comunicado da União Europeia que saiu na sexta-feira. E da parte do candidato declarado vencedor não existe nenhuma vontade de se abrir a um diálogo político com a oposição”, argumenta.

Paulo Rangel considera que “não é esse o caso de Moçambique”, apesar de admitir que “houve grandes dificuldades no processo eleitoral e com certeza irregularidades”.

“Mas não sabemos qual seria o resultado…. temos de aceitar os resultados anunciados. O ponto é que há disponibilidade para o diálogo, o que nos interessa é que se ultrapasse este conflito”, defende o chefe da diplomacia.

O ministro recorda que há dezenas de milhares de portugueses em Moçambique e mais de 400 empresas e sublinha que no caso da Venezuela tem havido um "reforço da comunicação com a comunidade portuguesa".

Paulo Rangel diz que a situação política é distinta nos dois países. "Há uma diferença clara que é a disponibilidade do poder que toma posse para dialogar e se abrir ao diálogo com as oposições. Uma situação não tem nada a ver com a outra, embora muita gente as queiram assimilar. Até agora, temos sempre cuidado muito de todos os [emigrantes] portugueses", sublinha.

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