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Operação Martim Moniz

"Não nos encostem à parede". Dirigentes de esquerda juntam-se ao protesto em Lisboa

11 jan, 2025 - 16:21 • Alexandre Abrantes Neves , Miguel Marques Ribeiro com Lusa

Centenas de pessoas descem a Avenida Almirante Reis e dirigem-se para o Martim Moniz, acompanhados de vários líderes dos partidos à esquerda.

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A manifestação “Não nos encostem à parede" reuniu centenas de pessoas este sábado, em Lisboa, em protesto contra a polémica operação da PSP que, em dezembro, visou dezenas imigrantes na Rua do Benformoso.

Os manifestantes desceram a Avenida Almirante Reis, na capital, e concentraram-se no Martim Moniz, acompanhados de muitos líderes dos partidos à esquerda.

A coordenadora do Bloco de Esquerda desvalorizou as contra manifestações convocadas também para esta tarde. Mariana Mortágua preferiu destacar o ato de coragem e de solidariedade que se vive este sábado em Lisboa:

“[É importante que] nestes momentos, que são definidores da democracia, que os partidos, movimentos sociais e sociedade civil se possam unir. E o que se une, neste dia, é o orgulho do antirracismo. O que se une neste dia é a coragem da solidariedade nos momentos mais difíceis”.

A dirigente bloquista destaca o carácter agregador do protesto. “É por isso tão importante estarmos aqui com comunidades de imigrantes, com associações de imigrantes com outros partidos políticos”.

PS. Manifestação "de defesa dos valores do Estado de Direito"

A líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, também marcou presença. "A mensagem do PS é que não é uma manifestação contra ninguém. É uma manifestação de defesa dos valores do Estado de Direito", afirmou.

A socialista salientou ainda que a polícia "não deve ser instrumentalizada por discursos" de divisão "que não fazem nada para resolver os problemas dos portugueses".

"O que rejeitamos são retóricas divisivas e artificiais que servem apenas para o Governo tirar o foco daquilo que é importante que é resolver os problemas dos portugueses", realçou Alexandra Leitão, para quem a polícia de proximidade, a videovigilância e a iluminação pública são as formas de combater a insegurança e "não operações que não têm outra função se não desviar a atenção dos problemas dos portugueses".

PCP. Perigo para a democracia

Pelo PCP, João Ferreira alertou que a "instrumentalização, por parte do poder político, das forças de segurança é um perigo" para a população, para os próprios agentes e para a democracia.

"Quando essa instrumentalização é feita para voltar grupos da população uns contra os outros mais perigoso se torna ainda, porque hoje é contra uns e amanhã será contra nós todos", referiu o dirigente do PCP.

Segundo referiu, este momento deve servir para afirmar que os direitos, liberdades e garantias inscritas na Constituição da República "têm de ser mesmo para valer para todos, sem discriminações ou exclusões de nenhuma espécie".

Inquérito do IGAR e queixa à provedora de Justiça

A operação policial realizada no dia 19 de dezembro, na Rua do Benformoso, perto do Martim Moniz, em Lisboa, provocou polémica, depois da divulgação de imagens de dezenas de imigrantes encostados às paredes dos prédios, para serem revistados.

A operação policial resultou na detenção de duas pessoas e já teve como consequência a abertura de um inquérito por parte da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) e uma queixa à provedora de Justiça, subscrita por cerca de 700 cidadãos, entre eles deputados do PS, Bloco de Esquerda e Livre.

O anúncio desta manifestação, entre a Alameda e o Martim Moniz, motivou a organização pelo partido Chega de uma vigília de apoio à PSP para a mesma tarde, denominada "Pela autoridade e contra a impunidade", com concentração na Praça da Figueira, muito perto do Largo do Martim Moniz.

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  • Sara
    11 jan, 2025 Lisboa 18:28
    A esquerda a tentar ganhar.novos votos, está a precisar se de uma revolução seria em Portugal e na europa
  • Sobrevivência
    11 jan, 2025 Política 17:16
    Claro que a Mortaguinha é das primeiras a chegar. O BE praticamente é um pequeno nicho de intelectualóides de esquerda, apenas presente num canto escuro de Lisboa e Porto - nem implementação autárquica nem sindical e fora dos grandes centros urbanos ninguém o conhece. Precisa urgentemente de novos aderentes/votos. Como já não engana ninguém da população portuguesa, vira-se para os migrantes ainda vulneráveis a estas manipulações da treta, para poder aparecer na Comunicação Social à frente de algumas centenas de migranes. Se ela convocasse uma manif só de gente do Bloco, estaria ela, a maninha e mais meia-dúzia de gatos pingados. Chama-se a isto lutar pela sobrevivência política. Parvo é quem ainda dá para esse peditório.

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