10 jan, 2025 - 23:42 • Susana Madureira Martins , João Pedro Quesado
A eurodeputada Carla Tavares foi, esta sexta-feira, eleita para a liderança do PS Lisboa, vencendo a disputa com Miguel Prata Roque pela Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) numa eleição interina ditada pela demissão de Ricardo Leão após uma polémica sobre o despejo de pessoas de habitações municipais.
Eurodeputada desde junho de 2024, Carla Tavares era, até então, presidente da Câmara Municipal da Amadora, cargo que ocupava desde 2013. Antes disso, tinha sido vice-presidente da autarquia desde 2002, com pelouros nas áreas da educação, desporto, juventude, desenvolvimento social, recursos humanos e finanças.
Segundo informação a que a Renascença teve acesso, Carla Tavares derrotou Miguel Prata Roque em 11 das 12 secções de voto, acumulando grandes vantagens nas secções correspondentes ao município de Loures, a concelhia liderada por Ricardo Leão.
Em secções como a de Santa Iria, São João e Bobadela e a Moscavide e Portela, Carla Tavares teve 128 e 210 votos, respetivamente, contra os 20 e 17 de Miguel Prata Roque. De resto, 20 foi mesmo o número máximo de votos que Miguel Prata Roque obteve numa secção.
Ricardo Leão, presidente da autarquia de Loures, demitiu-se da FAUL em novembro de 2024, dois meses depois de ser eleito. A demissão surgiu na sequência da polémica sobre a aprovação de uma recomendação do Chega, a nível municipal, que defendia o despejo de inquilinos de habitações municipais que tivessem participado nos distúrbios do final de outubro na região de Lisboa, na sequência da morte de Odair Moniz por um disparo de um agente da PSP.
Numa reunião pública da Câmara Municipal, Ricardo Leão defendeu o despejo "sem dó nem piedade". A recomendação do Chega foi aprovada com os votos favoráveis do Chega, PS e PSD.