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BOMBEIROS

Marcelo avisa ministra da Administração Interna: "Antes de haver o drama e a tragédia, previne-se, cria-se condições" aos bombeiros

10 jan, 2025 - 19:05 • Susana Madureira Martins

O Presidente da República participou na homenagem aos bombeiros falecidos e lançou vários recados ao Governo e, sobretudo à ministra Margarida Blasco: "Cada uma daquelas medalhas quer dizer um morto", disse Marcelo Rebelo de Sousa apontando para as medalhas e 255 bombeiros mortos em serviço. "Não os podemos esquecer, não os podemos abandonar, não os podemos trair", avisou o chefe de Estado.

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O Presidente da República (PR), Marcelo Rebelo de Sousa, garantiu que a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, "fará tudo para que o ano de 25 seja melhor do que o 24 e o de 26 melhor do que o 25" em relação à situação dos bombeiros e que "não será necessário esperar a notícia de um drama ou de uma tragédia" para agir a favor destes operacionais.

Marcelo Rebelo de Sousa falava esta sexta-feira numa homenagem aos bombeiros falecidos em serviço - desde 1980 houve 255 operacionais mortos em serviço - com o Presidente da República a falar diretamente para Margarida Blasco que estava presente na cerimónia.

"Antes de haver o drama e a tragédia, previne-se, cria-se condições, cria-se o ambiente, mudam-se as regras, reforçam-se os estatutos, dotam-se os meios", avisou Marcelo perante uma ministra que entrou e saiu calada da homenagem aos bombeiros, recusando falar com os jornalistas no final da cerimónia.

Com um vice-presidente do Parlamento - Marcos Perestrello , do PS- na audiência e na presença de diversos líderes parlamentares, Marcelo Rebelo de Sousa referiu ainda que "os deputados, os responsáveis a todos os níveis, todos nós faremos, cada qual na nossa posição, tudo a pensar nesses bombeiros".

Apontando para as 255 medalhas pertencentes aos bombeiros falecidos em serviço desde 1980, o Presidente da República disse aos presentes que todos iriam sair da sede da Liga dos Bombeiros "olhando para cada uma daquelas medalhas", acrescentando que "cada uma daquelas medalhas quer dizer um morto, uma morta. Estão ali, estão aqui presentes".

Perante a ministra da Administração Interna, Marcelo acrescentou: "Não os podemos esquecer, não os podemos abandonar, não os podemos trair", referindo-se aos bombeiros, concluindo que "é esse o nosso compromisso".

Uma homenagem a que Marcelo Rebelo de Sousa chamou de "encontro de família" em pleno inverno."Este encontro, que é um encontro de família, pode parecer estranho", questionando: "Porquê no inverno? Porquê fora da época dos fogos?" a que deu resposta logo de seguida: "Porque os bombeiros fazem muito mais do que servir os portugueses na época dos fogos", referindo o serviço destes operacionais na saúde e no auxílio a idosos.

Deslocação a Moçambique nas mãos do Governo

Após a homenagem aos bombeiros falecidos em serviço, o Presidente da República foi abordado pelos jornalistas sobre se já se decidiu pela deslocação a Moçambique para a tomada de posse de Daniel Chapo, para a qual foi convidado. Marcelo Rebelo de Sousa atira a decisão para o Governo de Luís Montenegro.

"O Governo fará uma proposta - o Governo tem uma responsabilidade na condição da política externa - ao Presidente sobre aquilo que fará", começou por dizer Marcelo, pedindo para "esperar pelo começo da semana que vem".

Questionado se uma eventual ausência na tomada de posse do Presidente da República de Moçambique poderá dar algum sinal às autoridades de Maputo de que não reconhece a legitimidade de Daniel Chapo, o chefe de Estado insistiu que é preciso "esperar pela proposta do Governo" e sobretudo pelo "começo da semana que vem, pelo curso do fim de semana" e a partir daí "ponderar as circunstâncias todas".

A tomada de posse de Daniel Chapo está marcada para quarta-feira e Marcelo mantém parte da agenda da próxima semana em aberto, apenas estando prevista a presença na abertura do ano judicial na segunda-feira e a reunião do Conselho de Estado na sexta. todos os restantes dias da semana estão sem qualquer agenda pública.

Marcelo apenas abre o jogo referindo que a avaliação sobre uma eventual deslocação a Moçambique "está a ser conduzida pelo Governo em permanente ligação com os nossos diplomatas e com a realidade existente".

Presidenciais? Os portugueses "cuidarão"

Confrontado com a última sondagem do Jornal de Notícias sobre as presidenciais de 2026 que dá Gouveia e Melo como estando à frente das intenções de voto, o Presidente da República defendeu-se que sobre eleições "nunca" comenta, salientando que "este ano teremos locais e depois para o ano seguinte presidenciais" e que o Presidente da República é "o último a comentar, quer as eleições locais, quer as presidenciais". Para Marcelo tudo decorre "normalmente como é próprio da democracia e os portugueses cuidarão".

O Presidente da República foi ainda questionado sobre a informação veiculada esta sexta-feira pela RTP e que dá conta da existência de duas famílias portuguesas que terão sido afetadas pelos violentos incêndios em Los Angeles, nos Estados Unidos da América, com Marcelo a assumir que "ainda" não tem "muita informação", garantindo apenas que o caso "está a ser tratado pelas entidades diplomáticas e consulares".

Questionado ainda se há crianças entre as duas famílias afetadas pelos fogos de Los Angeles, o Presidente da República limitou-se a referir aos jornalistas que se está "a apurar exatamente qual a situação", assumindo que não tem "pormenores".

[notícia atualizada às 20h22, com declarações de Marcelo Rebelo de Sousa sobre eventual deslocação a Moçambique e presidenciais]

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