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Crise no CCB

"Acabaram os compadrios". Ministra da Cultura acusa antecessor de "assalto ao poder" no CCB

11 dez, 2024 - 11:38 • Lusa

Dalila Rodrigues acusou no parlamento o seu antecessor, Pedro Adão e Silva, e fala em "'lobbies' e cunhas" na "constituição da atual equipa do CCB".

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A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, acusou esta quarta-feira no parlamento o seu antecessor, Pedro Adão e Silva, de ter feito um "assalto ao poder" no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, garantindo "que acabaram os compadrios naquela instituição".

"Acabaram os compadrios, 'lobbies' e cunhas que levaram à constituição da atual equipa do CCB. Demitida que está, exonerada que está, afastada que está a sua presidente, está, evidentemente, [feita] a abordagem a este assalto ao poder, assalto ao CCB, que é absolutamente inadmissível nos termos em que foi realizado pelo ex-ministro da Cultura, doutor Pedro Adão e Silva", afirmou a ministra durante a audição, a requerimentos dos grupos parlamentares do PS e do BE, sobre o "novo rumo" para o CCB, a exoneração da sua presidente e as opções políticas do Governo para esta instituição.

Para Dalila Rodrigues, esta nova postura do Ministério da Cultura decorre de um "novo ciclo", que "implica novas metodologias e novas abordagens", nomeadamente "manifestação de interesses" e "abertura de concurso".

Sobre as manifestações de solidariedade para com Francisca Carneiro Fernandes por parte de artistas, entidades e personalidades ligadas ao setor, a ministra afirmou que "são extremamente extraordinárias".

"Eu própria, quando fui exonerada da direção do [Museu] Nacional de Arte Antiga, em 2007, tive o gosto de ver o meu trabalho amplamente reconhecido e o movimento de contestação generalizado", disse a ministra, lamentando não ter visto o apoio dos trabalhadores do CCB às "duas trabalhadoras que foram dispensadas para que a colaboradora Aida Tavares" iniciasse funções naquela instituição, "através de um processo nada transparente".

"É mesmo muito óbvio, mas é tão óbvio que chega a ser incompreensível, por assim dizer, que seja o Partido Socialista a levantar questões acerca da interrupção ou do afastamento de um presidente da Fundação Centro Cultural de Belém", acrescentou.

A este propósito, a ministra adiantou que em janeiro será anunciada a constituição de um Conselho Consultivo em substituição do Conselho Nacional de Cultura, por forma a que o Ministério da Cultura "amplie ainda mais a sua metodologia de transparência, abertura, diálogo".

"É fundamental que a política cultural nacional tenha rigor, deveres de transparência, que seja garantida a participação de todos, que sejam envolvidos os organismos do Ministério da Cultura e esta parceria que tem estado a ser consolidada e alargada a cada dia que tem passado com municípios e autarquias", acrescentou.

Dalila Rodrigues está a ser ouvida hoje de manhã na comissão parlamentar de Cultura sobre a exoneração da presidente da Fundação CCB, Francisca Carneiro Fernandes, após a aprovação de requerimentos do Partido Socialista (PS) e do Bloco de Esquerda (BE).

O Ministério da Cultura exonerou em 29 de novembro a presidente do conselho de administração da Fundação CCB, Francisca Carneiro Fernandes, anunciando a nomeação para o cargo de Nuno Vassallo e Silva.

Francisca Carneiro Fernandes foi exonerada nas vésperas de completar um ano como presidente da Fundação CCB, cargo para o qual tinha sido escolhida pelo anterior ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.

Entretanto, Francisca Carneiro Fernandes anunciou hoje que vai "intentar uma impugnação deste ato administrativo", que considera ilegal.

"Entre outros motivos que estão a ser estudados e que apontam para a ilegalidade da exoneração feita", Francisca Carneiro Fernandes indica "o facto [de esta] alegar como fundamento a falta de capacidade da ex-Presidente do CCB para garantir o cumprimento das orientações e objetivos transmitidos pela Tutela", o que Francisca Carneiro Fernandes considera "totalmente falso, já que a Ministra da Cultura" nunca lhe transmitiu "quaisquer indicações ou objetivos que possam assim dar-se como incumpridos".

[Notícia atualizada às 11h48 de 11 de dezembro de 2024 para acrescentar mais detalhes]

Comentários
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  • Em Pánico
    12 dez, 2024 Burgo 15:40
    A xuxaria está em pânico! Já não há distribuição de lugares pelas instituições e os boys e girls xuxas, estão a ser corridos um por um.
  • António dos Santos
    11 dez, 2024 Coimbra 15:02
    Já que vem dar a imagem de séria!!! Gostávamos de saber se os que vão substituir não são do PSD ou CDS?!!! Não faça de parvos os portugueses, pois já estamos fartos das vigarices dos partidos.
  • Frontalidade
    11 dez, 2024 É preciso 14:15
    É desta frontalidade de chamar os bois pelos nomes que se precisa. O PS capturou todas as instituições relevantes, depois de ter capturado a Administração Pública, colocando Boys e Girls PS à frente de todas as instituições, principalmente aquelas que deviam fiscalizar os atos governamentais. aAgora, os Boys e Girls ao verem o tacho a desaparecer, berram por todo o lado, só que ninguém lhes liga.

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