Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Entrevista no Forte de Peniche

Comité Central com mais mulheres, mais curto, mais jovem e, provavelmente, sem Jerónimo, agora dedicado a “tarefa ligeirinha”

09 dez, 2024 - 14:15 • Susana Madureira Martins

Congresso de Almada da próxima semana vai redefinir a composição do órgão de cúpula do PCP. Para Jerónimo de Sousa há uma “ordem natural” que poderá resultar na sua saída do Comité Central.

A+ / A-

Leia também:


Nas vésperas do Congresso do PCP, que irá decorrer em Almada, Jerónimo de Sousa, ex-secretário-geral do partido, admite que poderá sair do Comité Central para abrir “caminho para os mais jovens”.

Numa entrevista em exclusiva à Renascença, em conjunto com o antigo secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas e com o atual líder do partido, Paulo Raimundo, Jerónimo de Sousa disse que “naturalmente, o partido precisa de um reforço de quadros, particularmente de direção, que, naturalmente, abre caminho para os mais jovens”, deixando assim a porta aberta para a sua saída daquele órgão.

O antigo líder do PCP, que deixou o cargo por razões de saúde, admite que possa, de futuro, dedicar-se a uma “tarefa ligeirinha”, referindo que o que deu ao partido, “bem somadinho, ainda fica a dever dinheiro”.

Numa conversa a três no forte de Peniche, e questionado diretamente sobre a sua eventual saída do Comité Central, Jerónimo de Sousa responde que “é uma ordem natural” e que “os anos passam”.

A futura composição do Comité Central do PCP vai ser proposta ao Congresso de Almada e já foram definidos critérios. À Renascença, o atual secretário-geral do partido explica que há o objetivo de uma “ligeira redução da composição”.

A ideia passa também por aumentar a participação das mulheres, “tendo como referência” o número de mulheres militantes, que segundo o líder comunista ronda os 30%.

Os comunistas pretendem ainda uma mudança que consideram ser “muito exigente”, que passa por não aumentar a média etária do Comité Central, com Paulo Raimundo a manifestar-se “convencido” que vai ser “possível”.

O Comité Central tem hoje em dia 129 membros, com o líder comunista a admitir que “certamente, há uma parte significativa que se vai manter”, mas, a intenção é que exista um esforço de entrada de “novos membros e membros jovens”.

Há ainda o objetivo de manter a tradição de a composição do Comité Central ter uma “maioria” de operários empregados.



Este é um excerto de uma longa entrevista aos três secretários-gerais do PCP, Paulo Raimundo, Jerónimo de Sousa e Carlos Carvalhas – que ocupou o cargo depois de Álvaro Cunhal.

Ficha técnica: Cristina Nascimento e Susana Madureira Martins (entrevista), Ana Kotowicz (textos), Ricardo Fortunato, Beatriz Pereira e Catarina Santos (imagem e edição), José Ferreira, Diogo Rosa e José Loureiro (som), Diogo Casinha (edição de som), Tomás Anjinho Chagas (rádio e textos), Pedro Leal, Arsénio Reis e Maria João Cunha (coordenação)

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+