14 nov, 2024 - 08:30 • João Malheiro
Ricardo Leão reconhece que defender o despejo "sem dó nem piedade" de inquilinos de habitações municipais que tenham participado nos distúrbios que ocorreram na Área Metropolitana de Lisboa foi um "momento menos feliz".
Num artigo de opinião assinado esta quinta-feira no jornal "Público", o autarca de Loures diz que estas declarações "não refletem o que quis dizer e muito menos o que penso".
"Deveria ter sido mais claro na minha comunicação. Aceito e reconheço isso", admite.
No entanto, o socialista não aceita "ser condenado por uma frase menos feliz" e garante que "humanismo, solidariedade e inclusão são valores que muito prezo e que têm pautado a minha conduta pessoal, profissional e política".
Por outro lado, Ricardo Leão escreve que ser de esquerda "não pode significar enfiar a cabeça na areia quando se trata de temas mais sensíveis de gerir", como é o caso da segurança.
"Favorece o populismo quem, conscientemente, ignora o elefante na sala Conciliar este valor com a solidariedade, entreajuda e políticas públicas sociais é o elefante que temos na sala e que muitos, conscientemente, teimam em ignorar. É essencial que a esquerda tenha a coragem de encarar este elefante, fazendo-o sem tabus ou preconceitos, com respostas e soluções. Continuar a ignorar é entregar questões estruturais à direita e ao populismo. Sabemos bem que a política, tal como a natureza, tem horror ao vazio", defende.
"Estou onde sempre estive: autarca, à esquerda, a trabalhar para o bem-estar e segurança da minha comunidade. Sempre sem enfiar a cabeça na areia", conclui o artigo.
No artigo, lembram que a identidade do PS foi cons(...)