14 nov, 2024 - 15:59 • Fábio Monteiro
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu, esta quinta-feira, que é preciso apurar “responsabilidades”, tanto ao nível administrativo como político, relativamente ao que se passou com a greve do INEM.
O Presidente da República, em declarações à “RTP3”, não referiu o nome da ministra Ana Paula Martins, mas evocou o mantra que já havia proferido, em 2019, a propósito do caso do roubo de armas em Tancos: “Doa a quem doer.”
“É preciso apurar o que se passou. Sabendo-se que havia uma greve de técnicos de emergência médica, não se ter evitado a greve. Ou não sendo possível evitar a greve, não se terem prevenido os efeitos, não se ter olhado para a capacidade do INEM”, afirmou.
Terá sido apenas nesta altura que o INEM percebeu (...)
Segundo Marcelo, é essencial perceber “quem é que devia ter feito e não fez, quem é que fez e fez mal, a nível administrativo e político. E havendo apuramento de factos e havendo também responsabilidades, que sejam assumidas”.
O Presidente da República lembrou, a título de exemplo, o caso de Tancos, quando questionado sobre o apuramento de responsabilidades.
“Eu uma vez usei, a propósito do caso de Tancos, uma expressão que foi considerada excessiva: ‘Doa a quem doer.’ No fundo, quer dizer: ver quais os planos em que se devia ter agido, ou quando se agiu, agiu tardiamente”, disse.
As mortes de 11 pessoas alegadamente associadas a falhas no atendimento do INEM motivaram a abertura de sete inquéritos pelo Ministério Público, um dos quais já arquivado.
Há ainda um inquérito em curso da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde.
A demora na resposta às chamadas de emergência agravou-se durante a greve de uma semana às horas extraordinárias dos técnicos de emergência pré-hospitalar, que reclamam a revisão da carreira e melhores condições salariais.
A greve foi suspensa após a assinatura de um protocolo negocial entre o Governo e o sindicato do setor.