11 nov, 2024 - 08:51 • Manuela Pires
A Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira vai agendar na tarde desta segunda-feira a discussão da moção de censura do Chega ao governo de Miguel Albuquerque.
A reunião da conferência dos representantes dos partidos está marcada para as 15h30. A moção foi entregue na passada quarta-feira e terá de ser discutida e votada no prazo de oito dias, o que remete a discussão e votação para o dia 18 de novembro, a próxima segunda-feira.
Este fim de semana, o PS anunciou que votará a favor da moção. No final da reunião da comissão política, Paulo Cafôfo disse que os 11 deputados votam ao lado do Chega, considerando que não é “normal que num governo de oito elementos, cinco estejam a braços com a justiça”.
Também no sábado, depois de reunião a comissão política do PSD Madeira, Miguel Albuquerque garantiu que não se demite e que, a ser aprovada a moção, a única a saída para a Madeira é ir de novo a eleições.
O líder do PSD reconheceu que não tem o partido todo ao seu lado, mas promete não abandonar a liderança do PSD Madeira para o qual foi eleito em diretas em março deste ano.
Ainda falta o JPP decidir o sentido de voto. No domingo, em comunicado, o partido liderado por Élvio Sousa, que tem nove deputados eleitos, revelou que só anuncia o sentido de voto no domingo, depois de ouvir os militantes e a direção do partido.
O representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, considerou este domingo que a apresentação de uma moção de censura "é normal" em regimes democráticos, defendendo a necessidade de "serenidade" até que a Assembleia Legislativa decida sobre o assunto.
Miguel Albuquerque foi constituído arguido no final de janeiro num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder e prevaricação, entre outros. Em causa estão alegados favorecimentos de empresários pelo poder público, em troca de contrapartidas.
O social-democrata, líder do governo regional desde 2015, acabou por se demitir, depois do PAN ter retirdao o apoio polítoco, mas voltou a vencer as eleições antecipadas de maio.
Num acordo pós-eleitoral, PSD com 19 mandatos e CDS-PP com dois não conseguiram os 24 assentos necessários a uma maioria absoluta, tendo a abstenção de três deputados do Chega permitido a aprovação do Orçamento da Madeira para 2024.