08 nov, 2024 - 17:54 • Ricardo Vieira
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O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, acusou esta sexta-feira o Governo de "negligência" no caso da greve no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da morte de oito pessoas à espera de socorro.
O líder socialista considerou, em conferência de imprensa, "que estamos perante um caso muito grave de negligência, irresponsabilidade e incompetência".
O Governo de Luís Montenegro tem de assumir responsabilidades nas mortes que ocorreram durante a greve do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, sublinha o líder do PS.
"O Governo sabia há muito tempo que esta greve podia ocorrer e, pelo menos, há 10 dias, que ia ocorrer. O Governo nada fez nada para evitar a greve nem para minorar os efeitos desta greve", declarou Pedro Nuno Santos.
Saúde
As falhas ou atrasos na resposta do serviço 112 tê(...)
"Sabemos que bastava uma reunião para impedir que a greve acontecesse, tal como agora foi conseguido. Infelizmente, foi só após oito mortes, aparentemente, motivadas por atrasos no serviço de emergência médica, é que o Governo sentiu a necessidade de intervir."
Pedro Nuno Santos critica o facto de não terem sido decretados serviços mínimos na greve dos técnicos do INEM, que entretanto foi suspensa.
"Este não é só um problema da ministra. É um problema do Governo todo e, em particular, do primeiro-ministro. O primeiro-ministro podia ter optado que estamos perante uma situação grave, que vai averiguar o que aconteceu e retirar as consequências, mas o primeiro-ministro optou por desvalorizar esta greve, dizendo mesmo que não podem andar sempre atrás de pré-avisos de greve", acusa o secretário-geral do PS.
O líder socialista considera que o problema "não se resolve apenas com a substituição da ministra da Saúde, mas sim com uma alteração da maneira como o Governo gere os problemas com que se vai confrontando".
Ana Paula Martins teve dez dias para negociar com (...)
Pedro Nuno Santos defende que este não é só um problema de falta de recursos do INEM, mas também da "gestão de uma greve que provocou já dano na vida de algumas vidas de portugueses e que gera em todos nós um grande sentimento de insegurança".
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, defendeu esta sexta-feira que os problemas no INEM “não se resolvem” demitindo a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, referindo que isso se aplica a “todos os membros do Governo”.
“A consequência política, quando há problemas, é resolvê-los, essa é a consequência política. A consequência política não é, para ser direto a responder à sua pergunta, mudar pessoas para o problema continuar, é o contrário, é resolver o problema para que nós possamos continuar cada vez mais a prestar bom serviço”, salientou Luís Montenegro.
Falando aos jornalistas portugueses em Budapeste, no final de uma reunião informal do Conselho Europeu , o primeiro-ministro reforçou a ideia: “Os ministros estão no Governo para resolver problemas, não é para se arrastarem e tentarem, no fundo, contornar os problemas para que, eventualmente, mudando os protagonistas, os problemas subsistam”.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu um inquérito aos casos de mortes noticiados nos últimos dias por alegados atrasos no atendimento do INEM, anunciou esta sexta-feira a entidade.