07 nov, 2024 - 15:06 • Redação com Lusa
Decorre esta tarde de quinta-feira uma reunião entre a ministra da Saúde e o sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, que arrancou às 16h30. Em causa está a greve em curso e as falhas na resposta do INEM.
O anúncio da reunião foi feito em Budapeste pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, à entrada para o Conselho Europeu informal. Também foi confirmada em comunicado pelo gabinete de comunicação do Ministério da Saúde.
Aos jornalistas, Montenegro admitiu problemas no INEM com eventuais perdas de vida por falhas no atendimento.
O primeiro-ministro admite que é preciso estabilizar o INEM mas esclarece, contudo, a oposição de que não está em causa a continuidade da ministra Ana Paula Martins.
"Em primeiro lugar, deixe-me dizer-lhe que nós não temos a certeza que os óbitos ocorreram em função da falta de capacidade de resposta do INEM ou do atraso no atendimento de chamadas, [mas] a verdade é que, neste momento, há uma situação que é uma situação grave de necessidade de reforço da capacidade de resposta do INEM", declarou Luís Montenegro.
Em declarações aos jornalistas portugueses em Budapeste, onde decorre uma cimeira da Comunidade Política Europeia e, à noite, um jantar do Conselho Europeu informal, o primeiro-ministro garantiu que o seu Executivo está "empenhado em poder, muito rapidamente, evitar com os técnicos de emergência pré-hospitalar a greve que está em curso".
"Aquilo que está em causa é que a ministra possa executar este plano de trazer a normalidade a uma situação anómala que encontramos e que não é de agora", acrescenta. "Eu não vou estar aqui com passa-culpas, porque não é esse o melhor enquadramento para resolver a questão, mas, efetivamente, é um problema que herdamos e que queremos resolver, que estamos empenhados e concentrados em resolver, mas que não se resolve de um dia para o outro", admite.
"Há mesmo uma reunião agendada para daqui a algumas horas entre a senhora ministra da Saúde [Ana Paula Martins] e o sindicato dos técnicos de emergência pré-hospitalar e o meu desejo é que, desse ponto de vista, a situação possa ser estabilizada", salientou.
"Mas sabemos que não chega porque, quando iniciámos funções há sete meses, o INEM estava desprovido do dos meios humanos que são necessários para garantir a regularidade da sua operação", adiantou Luís Montenegro.
O INEM anunciou quarta-feira medidas de contingência para otimizar o funcionamento dos centros de orientação de doentes urgentes (CODU), como a criação de uma triagem de emergência para chamadas com espera de três ou mais minutos.
As medidas do INEM enquadram-se numa estratégia para melhorar a resposta, na sequência dos atrasos de atendimento das chamadas no CODU que, alegadamente, causaram a morte de sete pessoas.
[Notícia atualizada às 15h20 de 7 de novembro de 2024 para acrescentar citações de Luís Montenegro]