06 nov, 2024 - 14:07 • Manuela Pires
No dia em que António Costa condena a atitude que Pedro Nuno Santos teve em relação ao autarca de Loures, considerando, num artigo de opinião, que não há “calculismo tacticista” que possa desvalorizar os valores do PS, o Governo sai em defesa de Ricardo Leão, o presidente da Câmara Municipal de Loures.
No final da reunião do conselho de ministros, António Leitão Amaro foi questionado sobre a decisão do PSD em Loures - que votou favoravelmente, tal como o PS, a recomendação do Chega para que as pessoas que cometem crimes fossem despejadas de casas camarárias. O ministro da Presidência recusou comentar assuntos partidários locais, mas deixou elogios ao trabalho de Ricardo Leão à frente da autarquia de Loures, dizendo que tem sempre como objetivo melhorar a vida das pessoas.
“Não me quero imiscuir no debate político local, entre as forças políticas locais, mas há um foco, que eu creio que partilhamos e que eu tenho ouvido por parte do presidente da Câmara de Loures, de procurar trabalhar no reforço e na melhoria da qualidade de vida e da vida concreta das pessoas, na habitação, na integração, no acesso à saúde, no acesso à educação e na segurança”, responde.
Leitão Amaro lembrou ainda que, em várias reuniões que o autarca de Loures manteve com o Governo, na sequência dos distúrbios na zona metropolitana de Lisboa, Ricardo Leão “transmitiu uma preocupação com a efetiva existência de condições de segurança e atuação policial de proximidade, respeitadora dos direitos humanos”.
O ministro da Presidência refere que o autarca socialista tem defendido medidas que garantam a segurança, mas sempre com respeito pelos direitos humanos.
“A ideia de policiamento de proximidade e relação saudável e respeitadora dos direitos humanos é algo que está alinhado com a visão que temos transmitido”, disse aos jornalistas.
Mesmo assim, Leitão Amaro fez questão de dizer que a conferência de imprensa após a reunião do conselho de ministros não é o local para falar de polémicas e de escolhas que não são as do Governo.
“Temos de melhorar a vida concreta das pessoas. Tudo o que são polémicas... eu percebo a curiosidade, mas este não é o sítio e eu não vou entrar num debate político local a propósito de escolhas que não são escolhas do governo”, remata.