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"O Governo fez o que lhe competia". Montenegro defende atuação perante desacatos em Lisboa

05 nov, 2024 - 18:39 • Daniela Espírito Santo , Filipa Ribeiro

Primeiro-ministro responde às críticas da oposição e rejeita "ter dificuldades em ir ao terreno". Luís Montenegro garante não ter uma "visita prevista" aos bairros de Lisboa, nem novos planos pensados. Sobre a ida do Presidente da República afirma que lhe foi "comunicada" e reiterou confiança na ministra da Administração Interna.

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"O Governo fez aquilo que lhe competia" perante os desacatos que se sucederam nas últimas semanas na Grande Lisboa. A garantia foi dada, esta terça-feira, pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, que assegura que, para além de "todo o contacto com os demais órgãos de soberania", o executivo também "falou com as autarquias locais" e "com as comunidades dos bairros onde ocorreram fenómenos violentos".

Aos jornalistas, depois das declarações do secretário-geral do Partido Socialista, rejeitou as críticas de que não ia "ao terreno" numa altura tão delicada. "Podem fazer-me muitas críticas, mas dificuldades em andar no terreno é que sinceramente não compreendo muito bem. Creio que não há político ativo que tenha estado, como eu estive, nos 308 municípios do país, em todos os contextos, incluindo em bairros com problemas sociais, laborais, de integração de comunidades imigrantes", assegura.

"Eu ainda há um ano estive na Cova da Moura a comer uma cachupa com cidadãos", reforça. Questionado pelos jornalistas sobre o que estaria a ser feito para prevenir mais desacatos, volta a reiterar que não vão ser os "episódios de violência nas últimas semanas" que vão suscitar "uma direção e um rumo diferente" do que tem vindo a ser traçado e percorrido pelo Governo que lidera. "Não sou daqueles políticos que, perante um problema, vai a correr apresentar um plano. O plano já está em execução desde o primeiro dia do Governo", relata.

Montenegro sem "visita prevista" aos bairros da Grande Lisboa

"Não acho que ajude ao debate que tenhamos de ir à pressa fazer um plano só porque houve um problema".

"O Governo vai continuar a cumprir o seu programa, as suas políticas sociais e económicas, com vista a dar uma oportunidade a todos. A contribuir para que, tendo uma vida mais tranquila e estável, os fenómenos de violência possam também eles diminuir", acrescenta.

Não há, por isso, nenhuma "visita prevista" aos bairros afetados e, diz Montenegro, isso não é questão. Sobre visitas, aliás, também confirmou que sabia da visita de Marcelo Rebelo de Sousa ao bairro do Zambujal. "O Presidente da República teve ocasião de me comunicar que ia fazer uma visita e eu tive ocasião de lhe dizer que achava muito bem que ele a fizesse", remata.

Primeiro-ministro mantém confiança política em Margarida Blasco

A confiança política da ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, também se mantém, assegura o primeiro-ministro.

"Já disse e reitero: a ministra da administração interna está a fazer o seu trabalho. Tem tido momentos muito desafiantes. É preciso saber acompanhar esses momentos e é isso que ela tem feito de forma muito competente", acrescenta. Perante a mais recente polémica sobre o possível direito à greve das forças de segurança, Montenegro assegura que "a situação está completamente clarificada".

"Aquilo que tinha de ser clarificado sobre a posição do Governo sobre a admissibilidade de haver direito à greve nas forças de segurança já foi dito e muito bem dito. Nós somos contrários a essa possibilidade. É essa a posição do Governo e está clarificada e muito bem clarificada", reforça.

"Não passamos a ser um país inseguro"

Assumindo que "houve um problema, efetivamente", e lamentando o episódio "que vitimou mortalmente um cidadão" e os "fenómenos criminais de violência na rua que tiveram de ser - e bem - tratados pelas forças de segurança", Luís Montenegro deixa, no entanto, uma certeza: "Somos um país seguro".

"Não estou com isto a diminuir aquilo que aconteceu, mas estou a dizer aos portugueses que não passados a ser um país inseguro. Somos um país seguro. Não passamos a ter uma comunidade que tem os seus problemas todos resolvidos - que não tem, mas já não tinha antes. Continuaremos a fazer o nosso trabalho para que todos tenham uma oportunidade", adianta.

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