04 nov, 2024 - 12:18 • Filipa Ribeiro
Pedro Nuno Santos considera que o presidente da Câmara Municipal de Loures (PS) teve um "momento menos bom" quando defendeu despejos para as pessoas que participaram nos tumultos em Lisboa.
O secretário-geral do Partido Socialista (PS) reagiu, esta segunda-feira, às declarações do autarca durante uma visita ao bairro do Zambujal na Amadora. "Nós temos bons momentos e momentos menos bons. Obviamente que este não foi um bom momento na Câmara Municipal de Loures", admite.
Pedro Nuno Santos defendeu, no entanto, que "não se pode deixar de avaliar o trabalho contínuo na Câmara Municipal de Loures" realçando que, atualmente, "vivemos num tempo em que declarações acabam por atingir uma dimensão demasiado elevada". O secretário-geral do PS recordou que Ricardo Leão já chegou a emitir um comunicado sobre o assunto e que chegou a conversar várias vezes com o autarca de Loures.
O dirigente socialista continuou, em resposta aos jornalistas, por referir que, no PS, "o compromisso por todos os eleitos é o cumprimento da lei da Constituição". "Inabalável com os objetivos da reinserção social e com os princípios do humanismo", diz.
O secretário-geral do Partido Socialista passou esta manhã pelo bairro do Zambujal, que foi palco de tumultos nas últimas semanas. No terreno, Pedro Nuno Santos criticou o facto de o primeiro-ministro não ter ainda passado por lá, garantindo que tal comportamento é "padrão" de Luís Montenegro. "Quem governa não se pode furtar a estar no terreno com as pessoas", defende.
"Quando estamos com as pessoas fazemos bem o nosso trabalho", acrescenta, rejeitando a ideia de "chamar as associações ao gabinete", porque "não é cuidar de ouvir as pessoas" (numa referência às reuniões que o primeiro-ministro teve com as associações de moradores dos bairros de Lisboa).
No final da passagem por uma creche e duas associações do bairro do Zambujal, Pedro Nuno Santos, comentou ainda os avanços e recuos da ministra da Administração Interna sobre o direito à greve das forças de segurança. O secretário-geral do PS sublinha que a função de Margarida Blasco "não é uma qualquer" e, no cargo de ministro, "é fundamental saber comunicar com as pessoas". Pedro Nuno Santos considerou ainda "inaceitável" que "num dia se diga uma coisa e depois se volte atrás". "Ao fim de algum tempo o problema já não é da ministra, mas do primeiro-ministro", remata.