03 nov, 2024 - 21:22 • Fábio Monteiro com Lusa
O Ministério da Administração Interna esclareceu este domingo que a discussão do direito à greve na polícia não fará parte das negociações previstas para janeiro com as associações sindicais, após as declarações da ministra Margarida Blasco.
Ouvido pela Renascença, Paulo Santos, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, fala de uma oportunidade perdida e acusa Luís Montenegro de desautorizar a ministra da Administração Interna.
“Nós não vamos desistir deste desígnio, porque há muitos anos que defendemos estas prerrogativa legal e que queremos que seja concretizável. Este Governo tinha aqui uma oportunidade de dar esses passos”, diz.
No encerramento do congresso da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) Margarida Blasco afirmou: "Vamos começar no dia 06 de janeiro um conjunto de revisões e é um ponto que pode estar e estará, com certeza, em cima da mesa. Neste momento não vou dizer se sim ou se não, porque vai ter de ser submetido a um estudo", quando questionada pelos jornalistas sobre se estava disposta a conceder o direito à greve aos polícias.
Contudo, horas depois, um esclarecimento do Ministério da Administração Interna enviado às redações refere que "a posição do Governo é clara: nesse diálogo pode ser discutida a representação laboral e os direitos sindicais. Mas não o direito à greve".
Rui Rocha, líder da Iniciativa Liberal, reagiu ao recuo de Margarida Blasco na rede social X.
“Seria uma cedência inadmissível à agenda aventureira de partidos como Chega, BE e PCP que colocam o populismo acima da segurança dos portugueses”, apontou.
Para o liberal, greve das polícias, mesmo com serviços mínimos, “implica marcar dia e hora para que os criminosos atentem com total à-vontade contra a ordem pública colocando em perigo sobretudo os mais frágeis da sociedade como idosos, crianças, doentes e pessoas sozinhas”.
O deputado socialista Tiago Barbosa Ribeiro, por sua vez, ironizou: "Governo desmente Governo."