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🔴 Montenegro: ir além do "limite do razoável" no OE seria "ofensa" aos eleitores

O primeiro-ministro avisa que “ir além” na generalidade ou na especialidade pode “descaracterizar o Orçamento”, representando uma “ofensa à vontade política” expressa pelos portugueses nas eleições.

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30 out, 2024 - 14:44 • Filipa Ribeiro

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A proposta do Governo de Orçamento do Estado vai “reformar e relançar” o país com “responsabilidade”. É assim que o primeiro-ministro dá início a dois dias de debate do Orçamento do Estado para 2025. O documento será votado esta quinta-feira e segue depois para a discussão na especialidade. E Montenegro deixa um alerta: ir além do "limite do razoável" no OE seria uma "ofensa" aos eleitores.

Durante a intervenção inicial, Luís Montenegro realça as medidas propostas por outros partidos presentes no documento e quanto à discussão com o PS reforça que o Governo foi “até ao limite a partir do qual se desvirtuaria o programa” do executivo.

Assim, o primeiro-ministro avisa que “ir além”, na generalidade ou na especialidade, pode “descaracterizar o Orçamento” representando uma “ofensa à vontade política” expressa pelos portugueses nas últimas eleições.

O líder do executivo fala de uma proposta que tem “resiliência orçamental” que garante a “credibilidade internacional” de Portugal tendo em conta o atual contexto mundial.

A redução do IRC, as alterações ao IRS Jovem, medidas para a habitação e o salário mínimo nacional de 1020 euros em 2028 foram medidas que alimentaram a intervenção inicial de Luís Montenegro que sublinhou que está prevista uma redução da dívida, ao mesmo tempo que há previsão de um crescimento económico de 2,1% "maior do que o que vai ocorrer este ano".

O primeiro-ministro termina citando o Padre António Vieira: "Somos o que fazemos. Nos dias em que fazemos realmente existimos, nos outros apenas duramos." Luís Montenegro garante que o foco do Governo "não é durar, é fazer".

Pedro Nuno Santos quer conhecer a “fórmula para disparar o crescimento” e pede mais transparência ao Governo

Depois de ouvir o primeiro-ministro, o secretário-geral do PS é o primeiro a intervir. E Pedro Nuno Santos recorda Luís Montenegro sobre as críticas feitas à falta de ambição de crescimento económico.

O secretário-geral do PS sublinha que os socialistas sempre consideraram “irrealista” a promessa da AD para um crescimento de 3% e que, agora, os números apresentados em Bruxelas estão “abaixo da média de crescimento” do PS.

Pedro Nuno Santos questiona, por isso, “que fórmula nova é que vai fazer disparar a taxa de crescimento em 2028”.

Noutro ponto, o líder do PS pede ao Governo mais transparência apelando ao primeiro-ministro que dê indicações ao executivo para que volte a "publicar no portal de transparência os tempos de espera" na área da saúde, reforçando que os últimos dados publicados são de Dezembro de 2023.

Montenegro diz "confiar na palavra do PS" sobre OE

O primeiro-ministro, em resposta a Pedro Nuno Santos, garante que o Governo mantém "intacta" a intenção de atingir os 3% de taxa de crescimento económico, acrescentando que quer fazer "perdurar" o crescimento acima dos 3% de forma "duradoura".

No entanto, Luís Montenegro, diz que o executivo está a ser "prudente" com o crescimento de 2,1% face à atual situação de instabilidade política e económica na Europa, destacando as dificuldades que estão a ser sentidas na Alemanha.

O primeiro-ministro reforça que o executivo veio com "humildade", depois de ter ido ao "limite do esforço" nas negociações, para que o maior partido da oposição viabilizasse o documento. Montenegro diz "confiar em cada palavra dada pelo maior partido da oposição (PS) sobre a concretização da proposta de Orçamento do Estado em discussão.


Ventura critica “governo de bloco central” e coloca Chega como principal partido da oposição

Durante a sua intervenção, o presidente do Chega defende que o partido passou a ser o maior partido da oposição, porque o “PS passou a ser o partido que sustenta o Governo”.

André Ventura aproveitou a presença de forças de segurança nas galerias do plenário, para dizer que os polícias foram “achincalhados por parte da opinião pública”, criticando o executivo por não se ter encontrado com as autoridades depois dos incidentes da última semana em Lisboa.

O líder do Chega acusa ainda o Governo de ter aumentado os impostos e quando começava a defender a descida de IRC em 2%, ficou sem tempo.


Montenegro em resposta a Ventura. "Não estamos aqui para lançar ódio"

Em resposta a André Ventura, o primeiro-ministro recorda que o Governo começou a trabalhar por um acordo com os agentes da PSP e guardas da GNR. Luís Montenegro diz que isso era algo que Ventura “não queria” que o executivo conseguisse.

Luís Montenegro realça que o executivo tratou de uma “valorização remuneratória” das forças de segurança. O primeiro-ministro garante estar “em reunião permanente” com as forças de segurança.

Montenegro sublinha que ao contrário do Chega, o Governo “não lança ódio uns contra os outros”.


IL questiona se Governo se vai desculpar com o PS caso falhe as metas

O presidente da Iniciativa Liberal afirma que não esperava que o primeiro-ministro se tornasse "socialista tão rapidamente". Rui Rocha volta a sublinhar que o partido vai votar contra a proposta por se tratar de um "orçamento socialista".

Rui Rocha critica a tributação das horas extra e acusa o Governo de não alterado o que vinha dos 8 anos de Governação do PS. "Olharam e disseram está bom", disse.

O líder dos liberais questiona ainda o primeiro-ministro sobre se o Governo se vai desculpar com a aproximação ao PS caso não consiga atingir o crescimento previsto e ainda se uma não aprovação da descida de 1% do pode condicionar essas metas.


Montenegro acusa IL de não ser "muito coerente"

Na resposta, o primeiro-ministro começa por lembrar que a Iniciativa Liberal tem ideias próximas às do Governo e que não é capaz de reconhecer medidas como a isenção do IMT na compra da primeira habitação, a redução de despesa, e o esforço para alterar o IRS Jovem.

Luís Montenegro sublinha que o crescimento de 2,1% é "significativo", acrescentando que o Governo não está a fazer o que quer fazer. E destaca que "num Governo minoritário, até baixar impostos é complicado".


Bloco de Esquerda critica IRS Jovem e questiona sobre problemas no INEM

Mariana Mortágua questionou o primeiro-ministro sobre problemas que não foram resolvidos como a questão dos técnicos do INEM. A coordenadora do Bloco de Esquerda recorda que estes profissionais estão em protesto junto ao parlamento porque deveriam ser o dobro.

Mariana Mortágua defende que “para entrar um trabalhador do INEM tem de sair um de outro lado” e questiona o primeiro-ministro se “vai tirar professores para colocar socorristas no INEM”.

Sobre a política fiscal, Mortágua defende que o IRS Jovem do Governo “deixa inalterados os rendimentos de quem ganha mil euros e beneficia os mais ricos, como jogadores de futebol”.


Primeiro-ministro. “Maior borla fiscal para os jogadores de futebol foi o programa Regressar” dos socialistas

Em resposta ao Bloco de Esquerda, Luís Montenegro diz que a “maior borla fiscal para jogadores de futebol foi o programa Regressar” do PS.

O primeiro-ministro garante que a proposta de IRS Jovem quer “reter” talento em Portugal, sem pensar nos jogadores de futebol.


Livre e PCP consideram que Orçamento proposto "agrava as desigualdades"

Isabel Mendes Lopes, líder parlamentar do Livre, defende que o documento entregue pelo executivo "dá borlas fiscais a quem não precisa e deixa desprotegido quem mais precisa".

Já Paulo Raimundo do PCP, que já defendeu o voto contra na proposta, considera que o documento apresentado pelo Governo é “mais uma peça dos grupos económicos que se esquece dos trabalhadores”.

O porta-voz dos comunistas defende que o Orçamento apresentado não resolve os problemas de quem trabalha e critica que o que faz é “transferir metade do Orçamento do Serviço acional de Saúde para quem faz parte do negócio”.

Para Paulo Raimundo, a proposta vai “acentuar as diferenças”.


PAN reclama apoios para a proteção animal

Inês Sousa Real, deputada única do PAN, questiona Luís Montenegro se a proposta “é irrecusável” quando não inclui apoios para a proteção animal propostos pelo PAN. Inês Sousa Real diz que vai pedir uma alteração para inserir os apoios desafiando o primeiro-ministro a dizer se aprova, ou não.

Em resposta, Luís Montenegro diz ter "zero intenções" de cortar nas medidas para os animais e recorda que foram abertos concursos para 12 Milhões de Euros para o bem-estar animal de animais de companhia. O primeiro-ministro sublinha que o concurso aberto tem mais recursos que as medidas cumpridas para a causa animal durante o Governo anterior.

(Em atualização)

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