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"Claro que nos custa, mas o país está primeiro". PS decide por unanimidade viabilizar OE

22 out, 2024 - 02:12 • Susana Madureira Martins

Carlos César invoca como novo argumento para a viabilização da proposta do Governo que a Administração Pública não podia ficar "paralisada" à espera de novas eleições.

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O líder socialista, Pedro Nuno Santos, propôs e o Comissão Política Nacional do PS aprovou, por unanimidade, a viabilização do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

Os deputados socialistas vão abster-se na votação do documento do Governo de Luís Montenegro com as contas do Estado para o próximo ano.

A votação da proposta de Pedro Nuno Santos aconteceu no final da reunião de quatro horas da Comissão Política Nacional do PS, que terminou já depois das 01h30 da madrugada desta terça-feira.

Durante a reunião, o secretário-geral do PS terá dito aos dirigentes nacionais do partido que qualquer decisão sobre o Orçamento - viabilizar ou rejeitar - era "difícil" e teria sempre "consequências".

Uma reunião que, segundo diversas fontes garantiram à Renascença, decorreu de forma pacífica e, nas palavras de um elemento presente caracterizou-se mesmo por um "monótono consenso".

Francisco Assis e Sérgio Sousa Pinto estiveram ausentes da reunião, que contou com as intervenções, por exemplo, de Fernando Medina e de José Luís Carneiro, que publicamente tinham defendido a viabilização do OE e que na reunião da Comissão Política voltaram a assumir a posição.

Em declarações aos jornalistas no final da Comissão Política Nacional, o presidente do PS, Carlos César, admitiu que "custa" aprovar este Orçamento da AD.

"Se nos pergunta, 'custa-nos viabilizar este Orçamento?', claro que nos custa, nós não gostamos deste Orçamento, nós não confiamos neste Governo, mas nós entendemos que primeiro está o país e que não pode haver uma situação de paralisia na Administração, mesmo não confiando na Administração que nós temos no nosso país", defendeu César.

O presidente socialista somou assim um novo argumento para justificar a abstenção no OE e que não passa pelo resultado das legislativas. Pedro Nuno Santos alega que de umas eleições provocadas pelo chumbo do OE não se perspetivava que "delas resultasse uma maioria estável”. Carlos César vem dizer que o PS não quer eleições para evitar "uma ruptura" da Administração.

"Porque é esse o problema, não é saber que resultado dariam as eleições, é ter a certeza que durante meses consecutivos havia uma administração paralisada em função de um processo eleitoral".

Ainda não está decidida que estratégia é que o PS irá adotar na fase de discussão do OE na especialidade - "Não discutimos isso ainda", assume César- e a única certeza para os socialistas é que não vão contribuir para "qualquer alteração" do saldo orçamental que foi apontado pelo Governo.

Questionado se na especialidade o PS poderá vir a chumbar a redução do IRC, uma das peças chave da proposta do Governo, Carlos César respondeu que "naturalmente, que não poderá votar a favor aquilo que toda a gente sabe que é contra". O dirigente socialista garante que as decisões na especialidade serão tomadas "sem qualquer dramatismo".



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