17 out, 2024 - 20:27 • Miguel Marques Ribeiro
Luís Montenegro saudou em Bruxelas o "sentido de responsabilidade" e a "prevalência do interesse nacional" manifestada pelo PS, depois da decisão anunciada ao país por Pedro Nuno Santos de que os socialistas vão viabilizar o documento.
Falando no final da reunião do Conselho Europeu, o primeiro-ministro recusou a ideia de uma convergência com os socialistas. "Eu também sou contra o bloco central", declarou.
Não há como esperar nenhuma perturbação no processo de especialidade, Luís Montenegro
Montenegro mostrou-se ainda confiante de que a votação na especialidade não trará alterações de fundo à proposta apresentada na semana passada. "Não há como esperar nenhuma perturbação no processo de especialidade", indicou.
Já o líder da Iniciativa Liberal fala de uma “enorme derrota” e de um sinal de “fragilidade” do secretário-geral socialista.
Para Rui Rocha, que foi o primeiro a reagir à declaração ao país do líder da oposição, Pedro Nuno Santos acabou “derrotado” pela “pressão interna”.
O "normal" seria o PS "votar contra”, mas não é is(...)
O liberal reiterou a ideia de que o documento submetido pelo Governo é "um mau orçamento" e criticou o "entendimento entre o PSD e o PS".
"Do ponto de vista do PS é um orçamento que não se podia recusar. Do ponto de vista do país é um mau orçamento", afirmou Rui Rocha, que classificou ainda os socialistas de "guarda pretoriana do orçamento da AD", uma resposta direta a Pedro Nuno Santos, que antes tinha designado os liberais de guarda pretoriana do Governo.
O PCP também já se pronunciou e destacou a "convergência confirmada [do PS] com o PSD e o CDS no sentido do favorecimento dos grupos económicos".
"O resultado é negativo", afirmou a deputada Paula Santos, que destacou o "agravamento da injustiça fiscal" que irá ocorrer em 2025, com a transferência para o setor privado de "milhares de milhões de euros".
Paula Santos acusa Pedro Nuno Santos de ceder à "chantagem que tem sido colocada em cima da mesa [de que] ou há orçamento ou vamos para eleições".
Os comunistas prometem "oposição por parte do PCP" e a apresentação de uma "proposta de política alternativa".
O Livre espera que a decisão anunciada por Pedro Nuno Santos "Não seja um cheque em branco ao governo e que haja a possibilidade de melhorar o orçamento".
Reafirmando a "avaliação negativa" da proposta do Governo, o partido prometeu apresentar propostas em sede de especialidade.