12 out, 2024 - 10:00 • André Rodrigues
“Não há grandes surpresas” na proposta de Orçamento do Estado para 2025, entregue esta semana pelo Governo, defende Nuno Botelho.
No habitual espaço de comentário nas manhãs de sábado na Renascença, o presidente da Associação Comercial do Porto considera que o documento “acaba por ser uma solução de compromisso entre aquilo que eram os grandes objetivos programáticos da AD - por exemplo, a redução de impostos e da carga fiscal e o incentivo ao crescimento e ao investimento das empresas - mas também aquilo que foram as reivindicações do Partido Socialista no IRS Jovem e no IRC.
Nessa medida, o empresário e jurista é da opinião que Luís Montenegro conseguiu “destrunfar” Pedro Nuno Santos, deixando ao líder socialista “uma porta quase impossível de fechar”.
No entanto, a proposta orçamental contém “a má notícia” da subida dos combustíveis, por via do fim da isenção do pagamento do ISP sobre os biocombustíveis, do gasóleo profissional extraordinário e do descongelamento da atualização da taxa de carbono.
“Vem ao encontro daquilo que tem sido a linha de outros governos na Europa, de tentar evitar que as pessoas se desloquem de automóvel próprio” e “já estava previsto há muito”.
OE 2025
Aumento do salário mínimo, IRS Jovem alargado, atu(...)
“Não esquecer que nós estamos num período de guerra e que, de facto, também essa situação vai influir no preço dos combustíveis para o próximo ano, independentemente desta mexida que já iria acontecer”, acrescenta Botelho.
O efeito mais previsível é o aumento dos custos de contexto “em toda a cadeia logística”, com reflexos negativos, por exemplo, “ao nível da distribuição alimentar”.
Apesar de reconhecer que “os tempos que vêm aí não vão ser tempos fáceis”, Nuno Botelho fala em orçamento equilibrado.
OE ou novela mexicana? “Pedro Nuno Santos entrou num beco sem saída. Primeiro, aceitou negociar e agora que lhe foram dadas as medidas e as condições negociais que ele pediu, não diz se aceita as condições?” Do outro lado, “André Ventura a ser André Ventura” pela aparente contradição entre a promessa de não querer provocar uma crise política e a mais recente declaração em que dá chumbo garantido ao Orçamento.
Os números do turismo. “Tem havido uma fobia muito grande com o turismo em Portugal. Há coisas que têm de ser melhoradas, mas de facto Portugal está a viver graças também ao crescimento económico, que vive muito do turismo, com valores absolutamente avassaladores: 27 mil milhões de receita no ano passado, mais de 500 mil postos de trabalho criados, os salários que têm aumentado todos os anos muito mais do que os de outras indústrias”.