09 out, 2024 - 20:54 • Tomás Anjinho Chagas
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, não revela para já como é que vai votar a proposta de Orçamento do Estado para 2025.
Em entrevista à "CNN Portugal", na véspera da entrega do documento no Parlamento, Pedro Nuno Santos assegura que "temos tempo" e que não há qualquer razão para ter de dizer já como é que o PS vai votar o OE.
"Não há nenhuma razão para que o PS decida já sobre o OE", destaca o líder socialista, que reitera que quer ouvir o partido e que vai comunicar a sua decisão na Comissão Política Nacional do PS.
Pedro Nuno Santos salienta que o governo e o PS não chegaram a acordo para este Orçamento, apesar de admitir que houve cedências dos dois lados.
O antigo ministro das Infraestruturas assume que os socialistas podem sair prejudicados em caso de eleições antecipadas provocadas por uma crise política, mas também diz que não pode aceitar um Orçamento a "qualquer custo".
"O governo até poderia ter ganhos de causa e o PS poderia sair penalizado, é isso que toda a gente vai dizendo. Todos compreendemos que o PS não quer eleições, e devemos trabalhar para que sejam evitadas, mas não a todo o custo", ressalva o secretário-geral socialista.
Sobre as declarações de ontem de Luís Montenegro - que afirmou que os jornalistas não dignificam a sua profissão ao fazerem perguntas sopradas ao auricular - Pedro Nuno Santos fala em palavras "graves" e acredita que o governo goza de uma enorme tolerância junto da comunicação social.
"Impressiona-me o grau de tolerância que este governo tem. Não vi isto nem nos primeiros anos do governo socialista. As coisas que o primeiro-ministro disse, sobre a forma como os jornalistas se comportam, é de uma gravidade tal que não pode ter passado como acabou por passar".
Questionado sobre os planos que tem para o PS nas autárquicas do próximo ano, Pedro Nuno Santos afirma que os socialistas têm "fortes possibilidades" de vencer a Câmara Municipal do Porto e admite que tanto Manuel Pizarro, ex-ministro da Saúde, como José Luís Carneiro, ex-ministro da Administração Interna, poderiam vencer a autarquia da cidade Invicta.
Sobre Lisboa, o secretário-geral socialista admite que Alexandra Leitão pode ser candidata, mas acredita que o nome da atual líder parlamentar do PS "é um bom nome, mas não é o único".
No dia a seguir a Luís Montenegro ter lançado o nome de Luís Marques Mendes à corrida às presidenciais em 2026, Pedro Nuno Santos responde com vários nomes que podem fazer frente ao comentador televisivo, ex-líder do PSD e atual conselheiro de Estado.
"Temos Augusto Santos Silva, António Vitorino, António José Seguro, Mário Centeno, Ana Gomes", elenca o líder socialista, argumentando que "na sua opinião" qualquer um deles seria "melhor" que Marques Mendes na presidência da República.
[notícia atualizada às 22h28]