08 out, 2024 - 16:57 • Ana Kotowicz
André Ventura não confirma, nem desmente, se o Chega vai viabilizar o Orçamento do Estado. No entanto, disse várias vezes que o seu partido tudo fará "para garantir a estabilidade" e para não abrir uma crise política no país. Minutos antes das declarações do líder do Chega, o Correio da Manhã avançava que se o PS e o Governo não chegarem a acordo sobre o Orçamento do Estado, o partido de Ventura vai viabilizá-lo.
Segundo aquele jornal, o objetivo de André Ventura é o de impedir o cenário de crise política. Aos jornalistas, na Assembleia da República, Ventura escusa-se a confirmar, ou desmentir, a notícia avançada, limitando-se a garantir: "Tudo faremos para evitar uma crise política, tudo faremos para não ceder a chantagem e não perder a nossa identidade."
"Quando tivermos um anúncio para fazer sobre o Orçamento do Estado faremos", disse André Ventura, esta terça-feira no Parlamento, à entrada para a reunião do grupo parlamentar do Chega, convocada de urgência pelo líder do partido.
"Hoje reunimos o grupo parlamentar, para ouvi-lo e não para me ouvir a mim", acrescentou Ventura, dizendo que "todos sabem em que condições o país está", numa alusão à tensão política entre PS e Governo — continua sem ser claro se o principal partido da oposição viabiliza o documento.
"Sempre dissemos que tudo faríamos para evitar a crise politica", acrescentou Ventura. "A minha posição sobre o Orçamento do Estado é conhecidíssima", sublinhou, embora dizendo que esta segunda-feira trata-se de saber qual a posição da bancada parlamentar e não a do líder do Chega. De resto, voltou a reafirmar aquela que diz ser a posição do seu partido: "Tudo faremos para evitar a crise política", "tudo faremos para dar estabilidade".
Ventura diz ainda que mantém a posição que tinha, referindo que "é conhecida" e que foi tornada pública numa conferência de imprensa a 30 de agosto, após ter conhecimento da troca de correspondência entre o líder do PS e o primeiro-ministro, precisamente sobre o OE.
Foi dessas declarações de verão que fez aos jornalistas que ficou a garantia de Ventura que, "com toda a probabilidade", o Chega iria votar contra o OE e que a decisão de não negociar mais com o Governo era "irrevogável". Pouco mais de um mês depois, o líder partidário não consegue ser tão taxativo.