08 out, 2024 - 16:46 • Tomás Anjinho Chagas
Passam os dias e o primeiro-ministro prefere não responder às perguntas dos jornalistas sobre o Orçamento do Estado (OE), que vai ser entregue esta quinta-feira no Parlamento. Luís Montenegro não abre jogo e evita as perguntas sobre o tema que pode precipitar uma nova crise política em Portugal.
Na passada sexta-feira, durante uma viagem de comboio com o Governo, o primeiro-ministro secou as perguntas citando um protagonista político, mas do PS. Jorge Sampaio celebrizou a frase "há mais vida para além do Orçamento do Estado" e Luís Montenegro repetiu-a, em circunstâncias diferentes.
No final do dia de sexta-feira o líder do PS, Pedro Nuno Santos, respondeu à contraproposta "irrecusável" do executivo, para fazer mais exigências e deixar a bola do lado da AD, mas até agora não houve nenhuma posição oficial da cúpula do chefe de Governo.
Passou o fim-de-semana, e do núcleo duro de Montenegro só se ouviu o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, a queixar-se do Partido Socialista porque, segundo o dirigente social-democrata, o "governo moveu uma montanha e o PS ainda não saiu do largo do Rato".
No domingo à noite, a SIC avançou que o Governo vai recusar a contraproposta do PS no que toca ao IRC, mesmo que isso não implique um corte nas negociações - como garantiu uma fonte à Renascença.
Mas o primeiro-ministro ainda nem sequer respondeu oficialmente ao PS e isso está a irritar o núcleo duro de Pedro Nuno Santos, que sabe dos desenvolvimentos através da comunicação social.
Certo é que Luís Montenegro chegou a criticar os jornalistas esta terça-feira, alegando que não dignificam a sua própria profissão, mas o primeiro-ministro continua a não lhes responder. Esta terça-feira à noite o chefe de Governo vai quebrar o silêncio, numa entrevista a Maria João Avillez, comentadora da SIC.