05 out, 2024 - 10:47 • Tomás Anjinho Chagas
Carlos Moedas afirma que o "país não pode parar" pela "vaidade de políticos" e apela ao consenso em plena fase de discussão final do Orçamento do Estado.
"Quantas vezes na nossa história nos desviámos do caminho porque foram preferidas vaidades pessoais e interesses partidários em vez do bem-comum ou do interesse nacional?", questionou no arranque do discurso.
Para depois relacionar a atualidade com a data assinalada: "O próprio 5 de Outubro de 1910 foi uma resposta contra isto. Contra a vaidade de políticos que se achavam donos do país. E hoje, quando tanto se fala de bloqueios e de travar medidas essenciais para o futuro do País, devemos ser claros: O País não pode parar".
As declarações do presidente da Câmara de Lisboa foram feitas durante o discurso nas cerimónias do 5 de outubro, na Praça do Município, na capital.
Carlos Moedas aproveitou para cruzar a data da implantação da república, que este ano se cruza com o cinquentenário do 25 de abril e com os 500 anos do nascimento de Luís de Camões.
O presidente da Câmara de Lisboa anunciou ainda que a autarquia encontrou uma solução para as dezenas de pessoas que pernoitavam há vários meses em tendas no jardim que rodeia a Igreja dos Anjos.
"Hoje posso aqui dizer que ontem resolvemos uma das situações mais graves da nossa cidade. Ontem ajudamos todas as pessoas que estavam à volta da Igreja do Anjos a encontrar um teto. Hoje temos a oportunidade de fazer mais e melhor pela segurança das pessoas", revela Moedas.
Este tema marcou as últimas semanas depois de, em entrevista à Renascença e ao Público, Carlos Moedas ter acusado a extrema-esquerda de fazer "negócio" com as pessoas em situação de sem-abrigo, quando questionado precisamente sobre as pessoas que há meses dormiam nas ruas junto à Igreja dos Anjos.
Contactada pela Renascença, fonte da Câmara de Lisboa explica que as pessoas vão ficar alojadas em "residências ou pensões" por "tempo indeterminado" e adianta que será a autarquia a assegurar essa despesa.