04 out, 2024 - 14:52 • Tomás Anjinho Chagas
Foi um socialista quem disse a frase pela primeira vez: "Há mais vida além do Orçamento." Jorge Sampaio proferiu estas palavras em 2003, durante as comemorações do 25 de abril, numa altura em que as contas públicas e o défice geravam preocupações. O Governo era então liderado por Durão Barroso, que culpava o seu antecessor, António Guterres, de ter deixado "o país de tanga".
Esta sexta-feira, Luís Montenegro citou o antigo Presidente da República e sublinhou que é importante que o Governo continue a trabalhar, numa altura em que um possível acordo com o PS, para a viabilização do Orçamento do Estado, está por um fio.
E foi em pleno Intercidades, a caminho do Entroncamento onde vai decorrer o Conselho de Ministros, que Montenegro falou. De resto, em conversa com os jornalistas numa viagem de comboio com quase todos os membros do executivo, deixou claro que prefere não comentar as negociações do OE2025.
Esta sexta-feira devem ser aprovadas medidas relacionadas com a ferrovia, nomeadamente o passe gratuito para os menores de 23 anos (incluindo aqueles que não são estudantes). Além disso, o Executivo deve aprovar a descida do preço do passe ferroviário nacional de 49 euros para 20 euros. Este título permite a quem o detenha circular em todos os comboios do país à exceção dos alfas pendulares e de alguns comboios urbanos (que já estão abrangidos por outros passes).
No trajeto efetuado entre a Estação Santa Apolónia e a estação do Entroncamento, seguiu o governo em peso. Luís Montenegro sentou-se num dos lugares virados para uma mesa, ao lado tinha Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas, à frente tinha a ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, que estava sentada ao lado do ministro da presidência, António Leitão Amaro.
Mas isto só nos lugares ao lado de Montenegro. Mais à frente, mais atrás e ao lado do chefe de Governo, a carruagem estava repleta de ministros. Na verdade, tirando o ministro das Finanças, Miranda Sarmento e o ministro da Defesa, Nuno Melo, todos os ministros estavam presentes.
Já depois de passar Santarém, cantou-se os parabéns na carruagem em uníssono. Paulo Marcelo, secretário de Estado da presidência do Conselho de Ministros faz anos e viveu uma experiência provavelmente irrepetível.