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Montenegro anuncia reforço de 3,5% das comparticipações para o setor social

02 out, 2024 - 16:40 • Lusa

Esta comparticipação extraordinária, segundo o texto do acordo, visa "minimizar os efeitos da inflação, para fazer face a despesas extraordinárias de funcionamento e dificuldades de tesouraria.

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O primeiro-ministro afirmou esta quarta-feira que o aumento extraordinário de 3,5% das comparticipações para o setor social, com efeitos retroativos a janeiro deste ano, visa corrigir desequilíbrios resultantes da inflação e representa "justiça pura e dura".

Luís Montenegro assumiu esta posição após ter assinado a adenda ao compromisso de cooperação para o setor social e solidário para o biénio 2023/2024, cerimónia que decorreu em São Bento e que contou com a presença da ministra do Trabalho, da Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho.

Assinaram este acordo a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), a União das Misericórdias Portuguesas (UMP), a União das Mutualidades Portuguesas e a Confederação Cooperativa Portuguesa.

Esta comparticipação extraordinária, segundo o texto do acordo, visa "minimizar os efeitos da inflação, para fazer face a despesas extraordinárias de funcionamento e dificuldades de tesouraria, a distribuir pelas instituições que prestem respostas sociais em Estrutura Residencial para PessoasIdosas (ERPI), lar residencial, centro de dia e serviço de apoio domiciliário.

"A assinatura desta adenda vem repor uma situação de justiça entre os subscritores do acordo de cooperação em vigor, que foi celebrado pelo anterior Governo. Independentemente de ter sido subscrito por um Governo anterior [do PS], nós temos esta visão institucional: Este é um compromisso do Governo. Respondemos pela nossa orientação, mas também pelos compromissos que estão assumidos em nome do Estado Português", afirmou o líder do executivo no seu discurso.

De acordo com o primeiro-ministro, o acordo de cooperação com o setor social assinado pelo anterior executivo, apesar de conter aspetos positivos, "tem outros aspetos que carecem de aprofundamento ou de atualização, como é o caso das comparticipações correspondentes a valências que, em resultado da evolução dos preços, desequilibraram" as contas das instituições.

"A atualização agora feita em 3,5%, que retroage a 1 de janeiro deste ano, é um ato de justiça e não de favor ou, mesmo, algo que passe pela consagração do nosso princípio sobre o contributo do setor social. É mesmo justiça pura e dura, é a coisa mais nobre que um decisor político pode fazer", frisou.

Luís Montenegro referiu depois que, em seis meses de funções, o seu Governo já decidiu "um aumento de 100% (uma duplicação) da receita consignada em sede de IRS para o financiamento das instituições sociais.

"Foi mais um contributo para que a sociedade dê ao setor social uma parte dos impostos que como reflexo do respeito, como retribuição do trabalho que é colocado para a sociedade por parte dessas instituições. É óbvio que isto também implica uma perda de receita para o Estado, para a administração central, mas é nossa convicção de que ao fazê-lo estamos a cumprir aquilo que é também a vontade das pessoas", sustentou.

No seu discurso, o primeiro-ministro apontou também que o seu Governo aumentou o complemento solidário para idosos, "começando a construir um caminho que tem como objetivo atingir os 820 euros o mais rápido que for possível".

Por outro lado, "já aumentámos para 100% a compartilhação de medicamentos prescritos para as pessoas idosas, especialmente vulneráveis do ponto de vista financeiro, e já decidimos e vai ser atribuído agora em outubro um suplemento extraordinário para as pensões que varia entre 100 e 200 euros", realçou.

Ainda de acordo com o líder do executivo, com a sua ministra do Trabalho, procedeu-se igualmente a uma revisão do Estatuto do Cuidador Informal. Um processo que "visou simplificar o processo de acesso, reforçar as condições de acesso e de exercício desse apoio".

"Estamos a dotar os cuidadores de melhores condições", acrescentou.

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  • Anastácio Lopes
    03 out, 2024 Lisboa 10:45
    Como não pode o Estado Social ter atingido o pior momento desde 1974, se este Governo, como todos os outros, nada fizeram até hoje, para que a degradação do mesmo Estado Social não fosse agravada como é, dia após dia, nada fazendo para pôr fim às pobreza e miséria que reinam neste país, as quais para estes políticos, precisam de existir para fingirem que lhes concedem este ou aquele apoio em vez de debelarem tal situação. Enquanto os supostos aumentos anuais continuarem a ser feitos e impostos na base da percentagem, aumentarão as disparidades entre ricos e pobres, e mais será a debilidade do Estado Social, o que parece não querer ser visto por políticos de todos os partidos, pseudo sindicatos e associações patronais que alimentam esta morte da classe média e alastram as pobreza e miséria já reinantes há décadas no país. A esta vergonha nacional, Montenegro atribui migalhas para alimentar o sofrimento dos que mal têm para sobreviver com a dignidade humana que se exige, pois mal podem pagar os medicamentos e os aumentos dos mesmos, para poderem sobreviver. Será para entreter as miséria e pobreza e não para as debelar que Montenegro pediu o voto aos portugueses para agora nada fazer em prol dos aumentos das pensões, reformas e remunerações como não o fez e se prepara para voltar a não fazer na sua proposta de OE/25?

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