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Notícia Renascença

Câmara de Loures vai despejar 550 famílias que não pagam rendas sociais

02 out, 2024 - 06:30 • Tomás Anjinho Chagas

Trata-se de inquilinos dos bairro Terraços da Ponte, Quinta da Fonte e Quinta das Mós. Ricardo Leão fala em "casas ocupadas" e de famílias que "roubavam a água".

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Ricardo Leão, presidente da CM Loures, revela que quem não pagou as rendas das habitações sociais vai ser despejado.
Ricardo Leão, presidente da CM Loures, revela que quem não pagou as rendas das habitações sociais vai ser despejado. Foto: Rodrigo Antunes/Lusa

A Câmara Municipal de Loures vai despejar 550 famílias de casas de habitação social por falta de pagamento de rendas que começam nos 4,5€. A informação foi avançada pelo autarca, Ricardo Leão (PS), em entrevista à Renascença, publicada esta quarta-feira.

"Não estavam a pagar rendas. E a Câmara [PCP], que estava lá há 8 anos metia uma pala e fingia que não havia problema nenhum. A dívida acumulada já estava em 14 milhões de euros. O que nós fizemos foi fazer um plano de regularização da dívida com um objetivo claro: para quem não aderisse ao plano, havia despejos. Direitos e deveres iguais para todos", começa por introduzir o autarca socialista.

Durante a entrevista, Ricardo Leão esclarece que esse plano de regularização permitiu reduzir o número de pessoas em incumprimento de 55% para 22%. E agora, quem não respondeu vai ter de sair de casa.

"Agora, esses 22% vão ser todos despejados. Essas são casas ocupadas, nitidamente ocupadas. É como a água. Como é possível que dos 2.500 fogos só haver 750 contadores ativos? O resto vivia sem água? Roubavam a água e isto é a verdade", revela.

O autarca de Loures, que recentemente foi eleito presidente da FAUL (Federação da Área Urbana de Lisboa do PS), acredita que esta é uma questão de igualdade e que esta ação da Câmara pode impedir o crescimento de populismos.

"Os discursos populistas alimentam-se disto. Sem racismo, sem xenofobia, para mim não importa se é branco, se é negro, se é indiano, tem é que cumprir e estão a cumprir. E isto é importante para poder investir. No primeiro semestre de 2021, recebi de rendas 600 mil euros, no primeiro semestre deste ano, já recebi 1 milhão e 300 mil", afirma o presidente da Câmara de Loures.

Num esclarecimento posterior à gravação da entrevista, Ricardo Leão confirmou à Renascença que se trata de 550 agregados familiares. Estão "em processos jurídicos", esclareceu o autarca.

Posteriormente, a Renascença apurou que se trata de inquilinos residentes nos bairro Terraços da Ponte, Quinta da Fonte e Quinta das Mós.

[notícia atualizada às 10h00 com informação da identificação dos bairros]

Comentários
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  • Anónimo
    03 out, 2024 Quinta da fonte 20:45
    Este país não é injusto, este povo é que é do mais ignorante que existe. Veja-se que ainda há quem defenda que os coitados podem não poder pagar a renda, que é 4,5 euros. Possivelmente gastam isso por dia em tabaco ou cerveja.
  • Sara
    03 out, 2024 Lisboa 12:47
    Finalmente alguém com polpa de tomate
  • Anastácio Lopes
    02 out, 2024 Lisboa 14:21
    Sem querer vestir o fato de advogado de defesa seja de quem for, sabendo que de ambos os lados estão seres humanos e que nesta suposta sociedade sempre existiram chicos espertos e oportunistas do sistema vigente, pessoalmente entendo que o correto seria a autarquia primeiro saber quem não paga porque não quer pagar e para isso basta consultar as Declarações de Rendimentos de todos e de cada um que habitam tais bairros e quem não paga porque não pode, pois estou certo que nestes bairros, vários serão os que estando abandonados pela suposta família, com limitações motoras e outros problemas de saúde crónicos, que deveriam ter o acompanhamento e o apoio da autarquia em causa e que não têm porque este apanhado ninguém da autarquia soube ou quis fazer, em vez de tratarem todos pela mesma medida o que além de imoral e desumano é igualmente desonesto intelectualmente falando. Pode ser que esteja enganado mas suspeito que os prevaricadores desta alarmante situação social, apenas e só com bom senso deve ser gerida para não se cometerem excessos, inclusive apoiando quem realmente necessite desse apoio, para ver esta situação ultrapassada, a qual, apenas e só existe e abrange tantos e tantas cidadãos, porque a autarquia que se diz vítima destes comportamentos, não soube nem quis assumir as suas responsabilidades de fiscalização permanente, o que nunca fez, para evitar este alastramento de uma situação que pode muito bem vir a virar-se contra a autarquia, os factos e o tempo nos dirão.
  • Eugénia Ferreira
    02 out, 2024 Camarate 12:30
    Concordo. Muitas dessas casas estão sub alugadas com rendas especulativas, outras as famílias diariamente gastam fortunas nos cafés e compram aquilo que uma família normal não pode. É realmente necessário por um travão ao abuso.
  • EU
    02 out, 2024 PORTUGAL 09:28
    Rendas a 4,5€ mês? O INTRUSO que chamou mentiroso a Carlos Moedas já sabe deste caso? Estará ainda a dormir ou vem MANIFESTAR-SE mais tarde? Afinal em Lisboa, área metropolitana, a VIDA não está assim tão cara como para nós RURAIS. Repito, 4,5€ renda de casa SOCIAL? Um maço de tabaco custo 4,8€. O País é bem injusto, não é?

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