30 set, 2024 - 12:28 • Manuela Pires
Perante a recusa do Partido Socialista em aceitar as reduções de IRS Jovem e IRC, o líder parlamentar do PSD perguntou, esta segunda-feira de manhã, se há alguém no país que não defenda a baixa de impostos.
“Há alguém no país que não concorda com a redução de impostos?”, questionou Hugo Soares, na abertura das jornadas parlamentares do PSD. Aos trabalhos juntam-se os dois deputados do CDS e os 17 ministros do governo. Hugo Soares diz não perceber por que há tanta dificuldade em chegar a um entendimento com o PS para a viabilização do orçamento do estado.
“Será assim tão difícil entendermos quanto à baixa de impostos? Que diabos! Se estivéssemos aqui a discutir um orçamento que quer subir impostos, um orçamento que quer penalizar famílias, jovens e empresas, eu perceberia”, perguntou.
Ainda no fim de semana, o líder do PS voltou a garantir que o partido não viabiliza um Orçamento do Estado que contenha IRC e IRS Jovem e falou na “pressão brutal” que estavam a fazer com o partido. Esta manhã, Hugo Soares votou a pressionar o PS a viabilizar o documento e a acusar o Partido Socialista de ter andado a enganar o país, dando a entender que podia aceitar uma “modelação” destas duas medidas.
“É que o Partido Socialista andou a enganar, a nós e ao país, criando a expectativa que havia uma hipótese de negociar duas medidas do programa de governo”, referiu Hugo Soares, lembrando que o Governo já fez saber que estava disponível para fazer pequenas alterações às duas medidas.
“Eu desafio qualquer polígrafo da nossa praça a demonstrar quando, durante um mês e meio, como ou onde, o PS disse que não havia hipótese de negociação nem de modelação”, afirmou.
O ministro da Presidência não se referiu diretamente às negociações do Orçamento do Estado para o próximo ano, mas aproveitou o discurso nas jornadas parlamentares do PSD para acusar o governo de António Costa de asfixiar o país para ter excedente orçamental.
“Há uma grande diferença de 8 anos de excedentes asfixiantes para uma nova maneira de gerir as contas publicas em que não precisamos de asfixiar os portugueses e o Estado, mas temos um equilíbrio que é virtuoso”, referiu António Leitão Amaro.
“Com o IRS Jovem, com o IRC, com os acordos com os diferentes funcionários públicos, com os apoios à compra da primeira casa, ainda assim este Governo tem até 2028 um caminho de equilíbrio (…) conseguimos um excedente orçamental, os portugueses sabem que, afinal, era possível fazer diferente”, referiu o ministro.