15 set, 2024 - 08:38 • Ana Kotowicz
A saúde "não se gere com preconceitos ideológicos". A ideia foi defendida pelo primeiro-ministro num vídeo publicado no Facebook e no qual Luís Montenegro assinala os 45 anos de Serviço Nacional de Saúde — "uma das conquistas mais importantes da democracia" portuguesa. O primeiro-ministro reforça o compromisso de melhorar o setor, e afirma que só com profissionais respeitados e carreiras atrativas é possível consegui-lo.
De resto, garante que o seu Governo tudo tem feito para melhorar as condições em que os utentes são atendidos no Serviço Nacional de Saúde, mas deixa um alerta: é preciso pôr de lado preconceitos ideológicos — o papel dos privados na saúde é uma das questões que divide direita e esquerda — para resolver problemas como, por exemplo, as listas de espera.
"Que ninguém duvide, todos os dias trabalhamos para o melhorar. Para nós, a saúde não se gere com preconceitos ideológicos. Para nós, o SNS existe para servir as pessoas, para que ninguém fique eternamente em listas de espera para uma consulta ou uma cirurgia. Para que todos possam ter acesso a um médico de família", diz o chefe de Governo.
E é "para que as grávidas não se sintam desamparadas" ou para que os idosos "tenham acesso a cuidados dignos", que o primeiro-ministro diz trabalhar todos os dias. "Trabalhamos também para a valorização dos nossos profissionais de saúde. Sabemos que lhes é exigido muito. Por isso, temos tomado medidas focadas nos médicos, nos enfermeiros, nos técnicos especializados, nos auxiliares e em toda a constelação de pessoas essenciais para cuidar e salvar a vida de todos nós.".
Além da importância de ter "profissionais respeitados e carreiras atrativas", o primeiro-ministro frisa a importância de ter "investimentos concretos em meios e equipamentos" para que Portugal possa ter um SNS "verdadeiramente abrangente e de portas abertas a todos".
"O caminho nem sempre é fácil. Mas estamos aqui, a trabalhar e a dar a cara. Porque sabemos bem as nossas prioridades. E estamos focados no amanhã, na próxima década e nos próximos 45 anos do SNS", conclui Montenegro.
O SNS foi formalmente criado em 15 de setembro de 1979, data em que foi publicada a lei que criou o sistema universal de saúde em Portugal. Em junho deste ano, segundo números avançados pela Lusa, tinha ao seu serviço um total de 150.333 trabalhadores, quando em junho de 2019, antes da pandemia da covid-19, eram 130.752.
Com o seu financiamento assegurado pelo Orçamento do Estado, o SNS custou em 2023 cerca de 14 mil milhões de euros, mais 6,8% do que no ano anterior (+ 892,3 ME), segundo dados do Conselho das Finanças Públicas.