13 set, 2024 - 19:00 • Susana Madureira Martins
Recebida e analisada a documentação fornecida pelo Governo, que inclui elementos sobre a margem orçamental, os socialistas estão agora preparados para retomar as negociações sobre o OE. Isso mesmo é anunciado pela líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão em declarações ao programa São Bento à Sexta da Renascença.
“O que ficou combinado com Governo foi que seriamos chamados para outra reunião onde, naturalmente, faremos uma discussão substantiva sobre as nossas propostas e, também, sobre aquilo que o Governo tem para nos apresentar”, começou por dizer a dirigente do PS.
Ora, “tendo em conta que o secretário-geral do PS já foi bastante claro quanto àquilo que eram os pressupostos para essa negociação”, que passavam primeiro, por obter a informação sobre a margem orçamental e depois pelas condições em torno da redução do IRC e o IRS jovem, a socialista diz agora que “numa próxima reunião estaremos todos em condições de fazer uma discussão substantiva sobre essas essas e outras matérias”.
Questionada se o tempo que foi pedido ao Governo já deu para analisar os documentos que foram, entretanto, entregues aos partidos, Alexandra Leitão é taxativa: “Com certeza”. Sendo assim os socialistas mostram-se preparados para uma terceira ronda de negociações.
OE2025
As duas medidas de políticas fiscal vão mesmo avan(...)
Sobre o que pode acontecer depois da terceira ronda de negociações, e sobretudo, se o Governo insistir em manter as duas medidas de política fiscal em cima da mesa, Alexandra Leitão fecha-se em copas. “Não me vai perguntar o que é que faz o Partido Socialista exatamente, perante um cenário que ainda não ocorreu”.
À pergunta se pode o PS retirar-se das negociações, a dirigente do PS alega que não vai “trabalhar nesse cenário”, nem “antecipar coisas que, obviamente, têm que ser deixadas para falar com o Governo em primeira mão”.
Tal como a Renascença já contou, o entendimento na maioria da AD é que desistir quer do IRS Jovem, quer da redução do IRC faria com que o executivo perdesse toda a “autoridade”.
Assim, não existindo vontade de mostrar uma intransigência total face à vontade das oposições e, sobretudo, do PS, no executivo avisa-se que a cedência não pode ser total. “Vamos ter de encontrar uma solução”, admite fonte governamental à Renascença.
Também o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, em declarações ao programa São Bento à Sexta da Renascença, defende que “ninguém perceberá que o Governo não continuou a fazer da redução da carga fiscal uma das suas políticas prioritárias".
O dirigente do PSD acrescenta que o “Governo foi eleito com base precisamente numa das questões fundamentais do nosso programa eleitoral, que era a redução da carga fiscal, quer das empresas, quer sobre as pessoas”.
Hugo Soares defende mesmo que “nem o PS, nem o Governo têm interesse, porque o país se deve sobrepor a esses interesses políticos e partidários, que esta negociação seja feita com esse tipo de intransigência”, acreditando que os socialistas irão “ajudar a encontrar uma solução para as duas medidas que estão em cima da mesa”.