11 set, 2024 - 13:39 • Lusa
O líder do Grupo Parlamentar do PSD saudou esta quarta-feira o que classificou de "postura diferente" do PS quanto ao próximo Orçamento do Estado e recusou dar qualquer partido como "excluído do processo de negociação orçamental".
Em declarações aos jornalistas no parlamento, Hugo Soares quis elogiar, no dia em que terminou a segunda ronda de reuniões entre Governo e oposição sobre o OE2025, "toda a abertura e disponibilidade" do executivo.
"O Governo terminou uma segunda ronda negocial, prestou toda a informação que é possível disponibilizar - e que não há memória que um Governo tenha feito com tanta antecedência em nenhum outro exercício orçamental - e eu não queria deixar de saudar, em nome do Grupo Parlamentar do PSD, esta abertura ao diálogo, à colaboração, à construção de pontos para que o país possa ter um Orçamento no ano de 2025", disse.
O líder parlamentar do PSD saudou igualmente "os partidos que estiveram disponíveis para conversar com o Governo" e registou "uma postura diferente do Partido Socialista na procura de soluções que possam viabilizar o Orçamento de Estado".
"Ontem senti uma "nuance" no discurso do PS que queria saudar e registar porque me parece que é esse o caminho, o caminho de apresentar propostas ao Governo para que o Governo possa ou não incluir no Orçamento de Estado, para que o país possa ter um Orçamento de Estado, que é o mais importante", disse.
Questionado sobre as declarações do líder parlamentar do Chega -- que hoje afirmou que se o Governo excluir o PS das negociações e mostrar disponibilidade para propostas do Chega, este está disponível para permitir a sua viabilização -, Hugo Soares considerou que esta força política "já disse tudo e o seu contrário".
O líder parlamentar desafiou ainda a comunicação social a comparar a postura atual do Chega -- que já anunciou que votaria contra o OE2025 -- com a que tinha na maioria absoluta do PS.
"Nesse período, quantas vezes o Dr. André Ventura, sem conhecer o Orçamento de Estado, disse que votava contra o Orçamento de Estado socialista? Nunca. Nunca como desta vez o Chega antecipou o sentido de voto sem conhecer sequer o exercício orçamental", criticou.
Ainda assim, questionado se exclui esta força política das negociações do documento, respondeu: "Eu não dou ninguém como excluído do processo de negociação orçamental".
"A responsabilidade de cada grupo parlamento e o que o país pede a quem os representa é que tenham um bom senso, o sentido de Estado, de aprovar o próximo Orçamento de Estado", disse, reiterando que considera que "o Governo tem sido absolutamente claro na sua abertura, na capacidade de diálogo e na sua vontade de que o Orçamento de Estado seja aprovado".
Hugo Soares desvalorizou ainda que o primeiro-ministro não tenha participado nesta segunda ronda de conversações, dizendo que Luís Montenegro "há de estar nas reuniões quando entender e quando chegar o momento de estar".
"No passado não houve memória de nenhum primeiro-ministro estar nas reuniões que iniciaram as negociações para os Orçamentos de Estado (...) O primeiro-ministro, se tiver que intervir, irá intervir no momento em que entender que deve intervir", disse, elogiando a condução do processo pelos ministros de Estado e das Finanças, da Presidência e dos Assuntos Parlamentares.