10 set, 2024 - 12:40 • Tomás Anjinho Chagas
André Ventura, assegura que o voto contra do Chega no Orçamento do Estado para o próximo ano "é irrevogável". À chegada ao segundo e último dia das jornadas parlamentares em Castelo Branco, o presidente do Chega voltou a colocar-se fora da negociação com o governo da AD.
"O Governo decidiu caminhar ao lado do Partido Socialista, com medidas do Partido Socialista, e ainda agora ouvimos Luís Montenegro dizer que está disponível para mudar o IRS jovem e o IRC, de acordo com o que quer, o PS. Eu diria que por isso, se me perguntasse assim, é irrevogável. Eu diria que seria muito, muito difícil não ser irrevogável que, numa circunstância destas, o partido [Chega] tenha tomado já a sua posição", começou por assegurar aos jornalistas quando o tema era o Orçamento do Estado.
Mas depois da insistência, foi ainda mais longe, quando questionado se o voto contra é irrevogável: "O Chega está neste momento a caminhar no sentido de ser o líder da oposição. Como o entendimento é entre o Governo e o PS, eu diria que sim, é irrevogável", encerra André Ventura.
A assertividade com que o líder do Chega abordou o tema encaixa no discurso que fez esta segunda-feira, onde apelou ao partido para se preparar para eleições nacionais, desdobrando-se em palavras e expressões que podiam ser ditas num comício durante a campanha eleitoral.
Por outras palavras, André Ventura já está a deixar para trás o foco no Orçamento do Estado e começa a preparar o partido para o cenário de uma nova crise política em Portugal.
No caso de o Orçamento do Estado vir a ser aprovado na generalidade, e passar à fase da especialidade, André Ventura assume que o partido vai apresentar as suas propostas.
Já durante o discurso perante os seus deputados, o líder do Chega assumiu que o país "precisa de um Orçamento para lá do nosso ego"
O presidente do Chega voltou a falar sobre a fuga de cinco homens da prisão de Vale de Judeus, episódio que marcou o último fim-de-semana, para defender a demissão de Rui Abrunhosa Gonçalves, diretor dos serviços prisionais.
"Se eu fosse Ministro da Justiça era o que eu faria", clarifica André Ventura, que já tinha pedido responsabilização pelo caso.
No dia em que a ministra da Justiça vai falar sobre o caso, o líder do Chega aplaude a quebra do silêncio por parte do governo, e espera para ver o que diz Rita Júdice.