Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

PR alerta para "fim de ciclo" e para "profunda crise" nos sistemas politicos europeus

01 set, 2024 - 14:59 • Lusa

"Os sistemas todos foram concebidos para outro tempo e por inércia foram durando", diz Marcelo.

A+ / A-

O Presidente da República considerou este domingo que se vive um "fim de ciclo" e alertou para a "profunda crise" que atravessam os sistemas políticos europeus, defendendo que é necessário "fazer ruturas".

Em Aveiro, a discursar no encerramento do Encontro Nacional da Juventude, Marcelo Rebelo de Sousa sustentou que a Europa "está a ficar para trás" e que não é o dinheiro que vai resolver os problemas que os jovens enfrentam, embora possa ser um "fator positivo".

"Nós estamos no fim de um ciclo histórico e no começo de outro, no mundo, na Europa e em Portugal (...). Estamos nessa viragem no mundo, o mundo não será igual, não se sabe daqui a um ano ou meio ano, não será igual depois das eleições americanas, qualquer que seja o resultado, será outro, não será igual depois das mudanças que há na China, que teve dificuldades em gerir a pandemia e em recuperar economicamente (...) não será igual no posicionamento da Federação Russa ou nas potências emergentes na África do Sul, no Brasil, na Turquia e na Índia, não será igual", defendeu.

Segundo o chefe de Estado, "há, de facto, a sensação de uma transformação e as guerras aumentam nesses períodos de incerteza e de impressibilidade e daí a necessidade da luta pela paz, na Europa, na África mas também no Médio Oriente, a paz em N sítios que se fala e em "n´ sítios que não se fala".

Mas há um outro problema: "Os sistemas todos foram concebidos para outro tempo e por inércia foram durando", disse.

"Os sistemas políticos europeus estão em profunda crise e por isso é que se abrem vazios por onde entram novas realidades inorgânicas, uns chamarão populistas, porque sistemas pensados para o pós Segunda Guerra e pensados para o pós transição na evolução do século XX para o século XXI estão em crise, não se adaptaram ao digital, à mudança energética, aos avanços científicos e tecnológicos, à mobilidade, às aspirações dos mais jovens, estão velhos", apontou.

E, segundo disse, "a alternativa aos velhos são velhos, velhos nas ideias, velhos nas estruturas, velhos na organização, velhos nas pessoas e isso é um problema na Europa".

Marcelo Rebelo de Sousa alertou que a "Europa está a ficar para trás", embora lidere "a luta pela ação climática, ainda lidera a luta contra as migrações, contra os refugiados" mas, referiu, "perdeu elã".

Em Portugal, salientou, a situação não é diferente: "O problema está a pôr-se em Portugal, com os partidos portugueses...não ficarem para trás desatualizados e o sistema de partidos ficar obsoleto".

Para o Presidente da República, há "fatores positivos" no atual momento como os fundos europeus "mas por um curto" espaço de tempo: "É um fator positivo até 26, 27 28, 29, Portugal 2030, que é amanhã, é depois de amanhã".

"Mas não é o dinheiro que resolve o problema, é o conhecimento que resolve o problema", salientou, defendendo que "é fundamental que os jovens cheguem aos centros de decisão, governando autarquias, governando regiões, governando o chamado poder central (...) é inevitável e se não ocorrer é tempo perdido e mudança que se perde".

Traçando um paralelismo entre o tempo em que se deu o 25 de Abril e o tempo de hoje, o chefe de Estado considerou que o "grande apelo do pós 50 anos de Abril, não é celebrar em si mesmo aquele facto que merece ser celebrado".

"Celebrar Abril é fazer ruturas, não exatamente as mesmas, que valham por aquelas que foram feitas naquela altura, tem que se fazer", defendeu.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Anastácio Lopes
    02 set, 2024 Lisboa 12:14
    Só agora é que chegou a esta conclusão? Onde é que andou e a fazer o quê? Como pode qualquer povo de qualquer país europeu, alimentar a ilusão que são as políticas europeias, que apenas e só servem para manter políticos que nunca nada souberam fazer em prol dos seus países e concidadãos, como são os casos gritantes dos que se passam em Portugal, com o conhecimento deste PR, que nada continua a fazer para não ser, como sempre foi, cúmplice dos homicídios profissionais que o Estada português continua a impôr a vários trabalhadores DEFICIENTES e LICENCIADOS, impedindo-os de ingressarem na carreira de Técnico Superior, mesmo aqueles reunindo os requisitos legais para tal ingresso. Como podem estes cidadãos que são vítimas das decisões destes políticos e das políticas que lhes são impostas, acreditar ou dar crédito a políticos e a instituições públicas, nacionais e europeias, que com as suas inoperâncias. passividades, incompetências e irresponsabilidades, nada fizeram até hoje, para que estas ilegalidades fossem reparadas, para com uma das camadas mais vulneráveis da sociedade europeia como sempre o foram os trabalhadores DEFICIENTES e LICENCIADOS? Só a falta de vergonha, de formação humana, de moralidade de ética profissional e de honestidade intelectual justificam estas vergonhas nacionais e europeias que em nada qualificam quem as assume, muito menos os países e a própria UE que subscreveram a Declaração Universal dos Direitos Humanos que nunca respeitaram estas vergonhas.j

Destaques V+