01 set, 2024 - 16:59 • Tomás Anjinho Chagas
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, assegura que há "abertura" do PS para "melhorar" o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), mas impõe várias condições para o fazer.
Na sua intervenção na Academia Socialista, que marca a rentrée política do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos desfez o tabu e deu a entender que se forem cumpridas as condições, o PS pode mesmo vir a viabilizar o OE2025.
Apesar de criticar a "agressividade com que um Governo absolutamente minoritário tem atacado o PS", o líder dos socialistas reitera a "atitude de abertura e disponibilidade para encontrar soluções", e vinca que o partido já demonstrou "abertura para viabilizar o Orçamento para 2025".
Mesmo com todas as críticas que faz à AD, Pedro Nuno Santos assinala que só o PS pode retirar o Governo do beco sem saída em que se encontra e impõe condições para os socialistas entrarem nas contas e possam "melhorar" o Orçamento do Estado.
O rol de exigências? Pedro Nuno Santos insiste que o Governo da AD tem de dar mais informações sobre a despesa e a receita, mas o principal peso é colocado sobre na redução de impostos.
Para o PS, a proposta de Orçamento do Estado não pode incluir as propostas de redução do IRS e IRC "profundamente injustas" que o governo da AD quer implementar neste OE, e terá de incluir propostas do PS.
Além disso, se o governo optar por aprovar propostas de redução fiscal com outros partidos fora do OE, Pedro Nuno Santos diz que será com esses partidos que também terá de negociar o Orçamento do Estado.
Se tudo falhar, e o Orçamento do Estado for chumbado, Pedro Nuno Santos joga uma nova carta: está disponível para um Orçamento retificativo, para evitar que os aumentos salariais das várias classes profissionais anunciados pelo governo não caiam por terra.
"No caso de o Orçamento do Estado para 2025 não ser aprovado, estaremos disponíveis para aprovar um orçamento retificativo que garanta a execução desses acordos", destrunfa Pedro Nuno Santos.
Na adaptação ao seu novo papel de oposição, o secretário-geral do PS assume que no próximo ano quer vencer as eleições autárquicas. E lança 2025.
"Será um ano de trabalho intenso para todos os socialistas, com um objetivo em mente: voltarmos a ganhar as eleições autárquicas", estabelece Pedro Nuno Santos.
Na tentativa de se impor num momento em que é oposição, Pedro Nuno Santos anuncia que será depois da votação do Orçamento do Estado o PS vai realizar "Estados Gerais", encontros e eventos para ganhar iniciativa política.
"Lançaremos os Estados Gerais que permitirão abrir o PS a novas pessoas e a novas ideias. Uns Estados Gerais que nos permitam estar nas empresas, nas escolas, nos hospitais, na rua a ouvir e a aprender. Uns Estados Gerais que sejam um primeiro passo para um partido renovado, mais próximo dos portugueses, capaz de reconquistar a sua confiança", revela.