29 ago, 2024 - 21:06 • Tomás Anjinho Chagas
Uma "falta de noção da complexidade" de um Orçamento do Estado. É assim que o PS classifica as declarações do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que diz estar "admirado" com a "agitação" dos partidos da oposição em torno do tema da negociação do OE para o próximo ano.
Em declarações aos jornalistas, esta quinta-feira à noite, em Tomar, cidade que acolhe a Academia Socialista, António Mendonça Mendes, deputado e dirigente do PS, acredita que o chefe de governo não percebe o que envolve a aprovação de um Orçamento do Estado.
"Uma iniciativa como a proposta de lei do Orçamento é das iniciativas mais complexas que um governo tem para preparar", introduziu o dirigente socialista. Para depois concluir: "As declarações do primeiro-ministro demonstram uma falta de noção que é a complexidade da preparação do processo do OE", critica António Mendonça Mendes.
O antigo secretário de Estado do primeiro-ministro (António Costa, na altura), lamenta ainda o espírito pouco dialogador do executivo "ultraminoritário" do PSD, que assim dificilmente aprovará o documento.
"É também uma desvalorização do processo de negociação que necessariamente terá de existir para que o OE possa ser apresentado e viabilizado", atira Mendonça Mendes.
O socialista considera que o governo da AD não está a dar sinais de querer negociar o Orçamento do Estado e deixa um conselho a Luís Montenegro.
"O primeiro-ministro devia despir o seu fato de líder partidário e vestir o fato de estadista. Se tem vontade que o OE seja aprovado, tendo um governo ultraminoritário, tem obrigação de valorizar o processo negocial", ironiza o dirigente do PS.
Sobre a escolha de Maria Luís Albuquerque para o cargo de comissária europeia, António Mendonça Mendes compara com a escolha de Elisa Ferreira, comissária até agora nomeada pelo PS, que considera que "unia" e se tratava de uma personalidade mais "consensual".