29 ago, 2024 - 19:22 • Fábio Monteiro
A indicação de Maria Luís Albuquerque para a Comissão Europeia é “inquestionável”: eis a opinião Luís Montenegro, um dia depois do anúncio e da chuva de críticas da oposição.
Em declarações aos jornalistas em Penafiel, o primeiro-ministro disse que Portugal “terá seguramente na Comissão Europeia uma representação que vai honrar o país, mas que vai sobretudo contribuir para termos políticas europeias que sirvam os interesses dos cidadãos europeus”.
Montenegro não adiantou que pasta deseja para a ex-ministra das Finanças. E atacou a postura do PS pelas críticas dirigidas a Maria Luís Albuquerque.
“Não deixo de anotar que é um exercício bom olhar para a última indicação [de Elisa Ferreira] por parte do Governo que nos antecedeu e verificar que o modelo que conduziu a essa indicação foi muito similar a este”, disse.
Questionado sobre a viabilização do Orçamento do Estado para 2025, Luís Montenegro tentou baixar a temperatura da discussão.
O primeiro-ministro sublinhou que o que ficou acordado, no final do último ano parlamentar, foi que as negociações seriam retomadas em setembro.
“Sinceramente, fico assim um bocado admirado de ver tanta agitação à volta dessa matéria. É preciso ter calma, é preciso cumprir o que está combinado”, disse.
Confrontado com as críticas de Carlos César – que, na quarta-feira, acusou o Governo de querer “gastar depressa até secar o poço” -, Montenegro deixou uma alfinetada ao PS.
“Nós não temos uma filosofia de cobrar impostos a mais, de travar investimentos públicos, só para a conta dar certa à custa do sofrimento das pessoas. A nossa filosofia é diferente. A nossa filosofia é criar mais riqueza e aproveitar as receitas do Estado para criar mais justiça social. Se isso incomoda as outras forças partidárias, pois bem, têm de saber viver democraticamente, porque estas são as opções do Governo.”
A iniciativa lançada pelo Ministério da Cultura que dá aos portugueses 52 dias por ano de acesso gratuito aos 37 museus sob a tutela do Estado é um sucesso.
Aos jornalistas, o primeiro-ministro que revelou que, desde que a medida entrou em vigor, no dia 1 de agosto, “130 mil portugueses já tinham usufruído dela”.
“Quer dizer que há vontade nas pessoas”, disse.