15 ago, 2024 - 21:07 • Fábio Monteiro
Pedro Nuno Santos, secretário-geral do Partido Socialista, vê nas medidas recém-anunciadas na festa do Pontal pelo primeiro-ministro Luís Montenegro um sinal: o Governo “quer ter umas eleições antecipadas”.
Segundo Pedro Nuno Santos, o discurso do primeiro-ministro na reentre do PSD "foi a assunção clara da incapacidade e da falta de resposta deste Governo para os problemas que nós hoje temos”.
Em Silves, em declarações aos jornalistas, o socialista fez questão de frisar: o suplemento extraordinário para os idosos “não é um aumento”.
“É um suplemento que se repete apenas num mês e que não se repete nos outros meses. O PS fez seis aumentos permanentes nas pensões. Fizemos esse suplemento extraordinário num contexto inflacionário que não existe hoje. Retiro desta medida uma conclusão: o Governo quer, está convencido que precisa de ter umas eleições antecipadas. É a única razão para esta medida”, disse.
Relativamente ao passe ferroviário, lembrou que se trata de uma medida que já estava aprovada no OE para 2024, "carecia era de implementação".
Ao anunciar mais vagas para Medicina, o Governo “tenta uma fuga para a frente”, disse Pedro Nuno Santos. “Apresentou uma medida que a ter consequências é daqui a dez ou quinze anos.”
Segundo o socialista, a situação caótica do SNS não é apenas responsabilidade da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, mas também de Montenegro em particular.
"Não vale a pena virem com a conversa que estiveram oito anos [o PS] e agora só estão há quatro meses. Criaram a expectativa junto dos portugueses para ganhar eleições que conseguiriam resolver, e os problemas estão hoje piores do que há um ano, por responsabilidade deste Governo. E não é só da ministra”, começou por dizer.
E depois acrescentou: “Agora é hábito proteger-se o primeiro-ministro responsabilizando-se os ministros. A escolha da ministra é responsabilidade do primeiro-ministro. A manutenção da ministra é responsabilidade do primeiro-ministro. E as medidas que, entretanto, foram adotadas são também responsabilidade do primeiro-ministro. O Governo falhou, foi incompetente, na gestão do SNS em plena época de verão."