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Rui Rocha. Presença de PR ao lado do Governo no Santa Maria "não tem nenhum efeito prático"

11 ago, 2024 - 00:29 • Lusa

"É um problema sério, estamos em Portugal, estamos em 2024, um país que queremos evoluído", salientou líder da Iniciativa Liberal.

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O líder da Iniciativa Liberal considerou este sábado que a presença do Presidente da República ao lado do Governo no Hospital de Santa Maria "não tem nenhum efeito prático", já que "não tem resolvido nenhum" dos problemas dos portugueses.

Rui Rocha falava aos jornalistas à margem de uma manifestação organizada pela associação Venexos a favor da mudança na Venezuela, que decorreu ao final da tarde e início da noite de sábado na Praça dos Restauradores, em Lisboa.

Questionado sobre se o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, fez bem em acompanhar o Governo, na quinta-feira, numa visita ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, Rui Rocha recordou que "não é a primeira vez que o senhor Presidente da República está ao lado de primeiros-ministros", até porque "antes de estar agora com Luís Montenegro esteve ao lado de António Costa, também na questão da saúde".

"Eu pergunto se o facto de o senhor Presidente da República ter estado, na altura, com António Costa em questões também ligadas à saúde resolveu algum problema da saúde em Portugal", questionou, respondendo logo de seguida: "Eu diria que não".

"Portanto, lamentavelmente, parece-me que isso não tem nenhum efeito prático", considerou.

Se existisse algum efeito prático, continuou, "diria ainda bem que o senhor Presidente da República está ao lado do primeiro-ministro que vai ao Hospital de Santa Maria".

Mas, "a história diz-nos que essas presenças do senhor Presidente da República e esse apoio aos primeiros-ministros não têm resolvido nenhum dos problemas dos portugueses", isto porque "os problemas continuam, as grávidas portuguesas continuam a não encontrar urgências de obstetrícia abertas, muitas vezes em espaços de mais de 200 quilómetros" e "continuam sem saber quais são os hospitais a que podem recorrer", lamentou Rui Rocha.

"É um problema sério, estamos em Portugal, estamos em 2024, um país que queremos evoluído", salientou, considerando "francamente inaceitável" que as mulheres portuguesas grávidas tenham "este tipo de constrangimento", de "angústia" e "de falta de apoio e de acesso à saúde".

"A presença do senhor Presidente da República tem valido pouco", insistiu, reiterando que, também desta vez, parece que não irá valer mais.

Cinco serviços de urgência de Ginecologia e Obstetrícia vão estar encerrados no fim de semana, maioritariamente em Lisboa e Vale do Tejo, segundo as escalas de urgência publicadas no Portal do SNS, que indica também o fecho de três urgências pediátricas hoje e no domingo.

Sobre qual deveria ser a resposta do Governo aos problemas do setor da saúde, Rui Rocha apontou dois planos, um estrutural e outro de curto prazo.

"O Governo apresentou no curto prazo um plano de verão para as urgências e [...] é evidente que esse plano falhou", salientou o líder da IL, considerando que o "modelo de encerramentos rotativos que tem sido adotado quer por este Governo, quer pelo Governo anterior, não funciona" e é "uma forma e uma tentativa de deixar debaixo do tapete os problemas que existem".

Por isso, defendeu, deve-se "evoluir no curto prazo para um sistema em que, pelo menos em cada distrito, em cada região, é garantido que algumas urgências estão abertas".

"É preciso reconhecer que não faz sentido estarmos com urgências rotativamente encerradas, o que faz sentido é ter algumas sempre a funcionar e que as pessoas saibam que pelo menos essas funcionam", insistiu.

A nível estrutural, acrescentou Rui Rocha, é preciso que todos, "sejam eles privados, sociais ou públicos", contribuam para que "os portugueses, nomeadamente aqueles que têm menos recursos, tenham acesso à saúde".

"Quem podia já transitou para outro tipo de opções: quem tem ADSE e pode escolher, quem tem seguros de saúde - e são já cerca de quatro milhões de portugueses - pode escolher e, depois", há "aqueles que não têm recursos, são os que ficam sem possibilidade de escolha", disse.

Esses, acrescentou, ficam "de alguma maneira reféns de um Serviço Nacional de Saúde" que "não funciona".

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