Rui Rocha considera inadmissível escutas a cidadãos durante 4 anos e quer ser alternativa à AD

O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, considerou este domingo inaceitável haver cidadãos sujeitos a escutas durante quatro anos.

No discurso de encerramento na Convenção Nacional da IL, realizada este fim-de-semana em Santa Maria da Feira, o líder dos liberais reafirmou estar contra a perseguição do Estado.

"É inadmissível que tenhamos em Portugal cidadãos detidos mais tempo que a lei permite. É inaceitável que tenhamos cidadãos, sejam eles quais forem, sujeitos a escutas durante quatro anos. Um partido liberal não tolera esta situação", declarou Rui Rocha.

"Percebo que toda esta tentativa de atacar o Ministério Público, de pôr em causa a justiça, de falar outra vez de uma reforma da justiça, que muitas vezes é um chavão para nada se fazer, tem um propósito", disse.

Para o presidente da IL, o propósito "é fazer com que aqueles que hoje estão na mira na justiça pareçam inocentes. Não é essa a nossa função".

Rui Rocha sublinhou ainda que para o partido não é aceitável haver "cidadãos perseguidos pelo Estado".

Com um novo programa político aprovado, o presidente da Iniciativa Liberal utilizou o novo documento para se demarcar das políticas da Aliança Democrática (AD).

Desde a educação, habitação e a saúde, Rui Rocha afirmou-se como uma alternativa à Aliança Democrática.

"O que dirão os portugueses que não têm acesso ao ADSE e que não tem rendimentos para contratar um seguro de saúde? O que dirão quando constatarem que as filas de espera continuam , que o acesso às urgências continua limitado?", questionou. "O que dirão quando perceberem que a AD não vai mudar nada de estrutural? Aqui estaremos na Iniciativa Liberal a lutar por uma reforma profunda do sistema de acesso à saúde que teremos para eles".

O presidente da Iniciativa Liberal realçou ainda a prioridade dada à propriedade privada, que é reforçada no novo programa.

Rui Rocha afirmou que o partido é contra, por exemplo, ao apoio do estado a órgãos de comunicação social, justificando que isso "limita a sua independência".

A Convenção Nacional da Iniciativa Liberal terminou este domingo, marcado pela divisão do partido e o chumbo de duas propostas de alteração aos estatutos da Iniciativa Liberal.