05 jul, 2024 - 07:00 • Manuela Pires
O Partido Comunista organiza esta sexta-feira de manhã, no Parlamento, uma audição pública em que convida várias entidades a participarem num debate sobre a construção do novo aeroporto de Lisboa, a nova travessia do Tejo e a alta velocidade ferroviária.
O deputado António Filipe refere que são obras estruturantes e necessárias ao país, mas até agora tudo não passou de um anúncio por parte do Governo e que há uma grande indefinição sobre várias matérias, entre elas a calendarização.
“Temos de saber mais coisas, por exemplo se vai estar pronto a tempo do Mundial de Futebol [de 2030], quais as condições financeiras, se a intenção do Governo é criar parcerias público-privadas com tudo o que isso implica e com as consequências negativas que já conhecemos de outros casos. Se está prevista uma calendarização, que responsabilidades vão ser assumidas pelas empresas que atuam nestes setores, como por exemplo a ANA”, refere António Filipe em declarações à Renascença.
Transportes
Os estudos para a ponte rodoviária e ferroviária e(...)
Esta audição, que vai decorrer na Assembleia da República e que contará com a presença do secretário-geral comunista, Paulo Raimundo, vai ser uma oportunidade para o PCP escutar as opiniões de autarcas da Área Metropolitana de Lisboa, de sindicatos e de ordens profissionais, para aprofundar “conhecimento e os diversos pontos de vista sobre as questões políticas, técnicas e económicas que será necessário ultrapassar” para que estas obras não fiquem apenas no papel.
Em declarações à Renascença, o deputado António Filipe diz que o tempo não pára e o PCP quer dar um contributo para a discussão uma vez que até agora “há uma falta de definição” para que daqui a uns anos as obras não estejam ainda no papel.
“É importante saber qual vai ser o papel da ANA, se a empresa vai ter alguma contrapartida e qual a participação relativamente ao financiamento do novo aeroporto. Não sabemos nada”, diz António Filipe.
O PCP quer saber junto das entidades que convidou o que deve ser feito relativamente a estas obras estruturantes e depois então questionar o Governo sobre esta matéria. O Partido Comunista já requereu a presença do ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, na comissão parlamentar de economia, que foi aprovada pelos deputados.