01 mai, 2023 - 16:31 • Sandra Afonso , Inês Braga Sampaio
O PS congratula-se com o trabalho feito a nível de salários e pensões e considera-se a única opção viável para o Governo. Já a oposição à esquerda critica o escasso combate às desigualdades, em especial o facto de os salários da maioria se manterem baixos enquanto uma minoria acumula riqueza.
À margem das celebrações do 1.º de Maio, Dia do Trabalhador, o secretário-adjunto do Partido Socialista, João Torres, assinalou que os salários em Portugal estão a aumentar em 8%.
"São dados oficiais. Com certeza que temos de fazer mais e melhor para valorizar os salários e as pensões. Ainda muito recentemente, também, o Governo anunciou um aumento intercalar de pensões e uma atualização, cumprindo a fórmula da lei de bases da Segurança Social, para o ano de 2024", salientou.
João Torres está convicto de que os portugueses "sabem bem a diferença entre o que é ter um Governo do Partido Socialista e o que é ter um governo da direita".
"Com o PS, os salários aumentam. Com o PS, as pensões aumentam. Com a direita, todos estamos recordados daquilo que aconteceu no nosso país", atirou.
Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, concorda que foram aprovadas algumas leis laborais "importantes" no combate à precariedade, pelas quais o seu partido "se bateu imenso".
No entanto, avisou que o código do trabalho continua "muito desequilibrado" e que as leis laborais que entram em vigor "não resolvem o problema maior".
"As pessoas ouvirem que a economia está a crescer, mas estão a viver cada vez pior e perguntam.se : 'Mas está a crescer para quem?' Enquanto tivermos este desequilíbrio, o crescimento da economia pode servir para enriquecer uma elite ou até para levar a riqueza de Portugal para fora, num qualquer dividendo para 'offshore'. Mas quem trabalha continua a empobrecer e esse é o maior problema do nosso país", declarou.
Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, acusou o Governo de "criar todas as condições para que a injustiça se mantenha e se aprofunde".
"Uns, poucos, a concentrarem a riqueza, temos agora os resultados do primeiro trimestre deste ano e aí estão mais milhões e milhões para a Banca, mais milhões e milhões para a grande distribuição de lucros no primeiro trimestre. E o povo a ser apertado. A ser apertado nos salários, apertado nas pensões. Ora, isto não pode ser, não pode continuar assim", frisou.
Raimundo afirmou, ainda, que "mais tarde ou mais cedo" o primeiro-ministro terá de falar sobre o caso João Galamba, embora considere que é uma "questão lateral na vida das pessoas".