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Ana Mendes Godinho

Números da pobreza em 2021 "históricos". Maior redução de sempre num ano, diz Governo

20 jan, 2023 - 15:03 • Lusa

Número de pessoas em risco de pobreza diminuiu em 2021, com a taxa de risco de pobreza a situar-se agora nos 16,4%, indica INE.

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A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social considerou que os números divulgados esta sexta-feira pelo INE sobre pobreza são “históricos” e demonstrativos de um trabalho coletivo, comprometendo-se a manter a meta de retirar 660 mil pessoas da pobreza até 2030.

“São números históricos, do ponto de vista de capacidade coletiva de redução de pobreza em Portugal e que refletem o facto de conseguirmos ter retomado a trajetória positiva de melhoria dos rendimentos, de condições de vida e, acima de tudo, de combate à pobreza, depois do ano difícil que tivemos durante a pandemia”, disse Ana Mendes Godinho, numa conferência de imprensa, no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em Lisboa.

Os dados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimentos mais recente, divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), revelam que o número de pessoas em risco de pobreza diminuiu em 2021, com a taxa de risco de pobreza a situar-se agora nos 16,4%, menos dois pontos percentuais (p.p.) do que em 2020.

Segundo o INE, a diminuição da pobreza abrangeu todos os grupos etários, embora tenha sido mais significativa para a população idosa (menos 3,1 p.p.).

“Estes números divulgados hoje pelo INE apresentam a maior redução de sempre num ano da taxa de risco de pobreza em Portugal”, salientou a ministra.

Ana Mendes Godinho aproveitou para destacar o facto de a redução ter reflexo em todos os grupos populacionais analisados, desde as crianças, os adultos em idade ativa, os idosos e reformados, nos trabalhadores e também nos desempregados.

“Todos os agregados refletem uma redução na taxa de pobreza de uma forma consistente desde 2015, excecionando o ano da pandemia”, salientou, sublinhando que, entre as famílias com três ou mais crianças, a “redução foi particularmente importante”, o que, para a ministra, reflete a aposta do Governo no apoio às famílias.

Ressaltou igualmente a redução na taxa de risco de pobreza ou exclusão social – que abrange mais dimensões e não apenas a monetária – que considerou também ser um “resultado histórico” e a “maior redução de sempre”.

“Em números absolutos de pessoas, isto significa que temos menos 300 mil pessoas em risco de pobreza ou exclusão [do que em 2020]. Comparado com 2015, temos menos 734 mil pessoas em risco de pobreza ou exclusão”, apontou.

Confrontada com o facto de estes números serem relativos aos rendimentos de 2021 e de no ano de 2022 ter começado a guerra na Ucrânia, disparado a inflação ou aumentado as taxas de juro e esses fatores poderem obrigar a reformular metas da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza (ENCP), Ana Mendes Godinho preferiu reafirmar que os dados do INE “evidenciam” o caminho traçado pelo atual Governo para concretizar as metas da ENCP.

“Estes números mostram, aliás, que é possível atingir os objetivos que nos propusemos na Estratégia Nacional de Combate à Pobreza para 2030 se mantivermos este ritmo de recuperação”, garantiu a ministra.

Genericamente, são objetivos da ENCP a retirada de 660 mil pessoas da condição de pobreza monetária até 2030, garantir que 170 mil crianças deixam de ser pobres e reduzir para metade a taxa de pobreza entre os trabalhadores.

A governante destacou também a importância das transferências sociais no combate à pobreza, apontando que isso mostra as “políticas públicas fortes” que têm sido implementadas, apontando igualmente para a importância dos rendimentos do trabalho.

“Não há fatalismos nem diabos a que coletivamente não consigamos responder”, afiançou.

Defendeu que “a pobreza não pode ser uma inevitabilidade”, mas que tem de ser mesmo uma missão coletiva.

Sobre o papel do Rendimento Social de Inserção (RSI) e de uma possível reforma, a ministra lembrou o trabalho que está a ser feito para a criação de uma prestação social única, que traga “uma maior capacidade de intervenção” e seja “uma forma de transformação de vidas”.

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  • Ana Rebelo
    11 fev, 2023 Forte da Casa 03:16
    Desde o Governo de José Sócrates os mais abandonados foram os idosos.Pagamento a dia 8 que em caso de fim de semana pode ser 9 ou 10. Porém as rendas e outros pagamentos têm como limite dia 8. Passos arrasou a peste grisalha.Eu sou exemplo vim de Moçambique em 1979 com 30 anos não era FP. Só muito mais tarde foi possível descontar no entanto os grupos acusavam de sonegação de impostos. O marido faleceu de cancro e a minha pensão eram 345€. Não fosse ter casa paga ao tempo de juros elevados estaria na rua .Neste.momento o y que se passa com a alimentação é gritante porém este governo tem estado atento e muitos como eu recuperaram alguma dignidade.
  • JOHNDOE
    20 jan, 2023 NEWARK 19:54
    Esta gente mente de uma forma vergonhosa: Em Portugal, a taxa de risco de pobreza ou exclusão social foi de 22,4% em 2021, uma subida de 2,4 p.p. face a 2020 (20,0%). Portugal tem a 8ª taxa mais elevada da UE em 2021 (13ª em 2020). Este aumento de 2,4 p.p. na taxa de pobreza e exclusão em Portugal é o maior aumento verificado nos países da EU em 2021 EUROSTAT 15/09/2022

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