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Caso Alexandra Reis/TAP. Medina diz que mulher não participou na decisão e ameaça com processos judiciais

30 dez, 2022 - 14:16 • Susana Madureira Martins , Joana Azevedo Viana

Ministro das Finanças destaca que não estava no cargo quando indemnização de 500 mil euros a Alexandra Reis foi decidida na TAP. Também sublinha que a mulher, Stéphanie Sá Silva, estava de licença de maternidade à data.

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O ministro das Finanças, Fernando Medina, disse esta sexta-feira que cumpriu com a sua "obrigação" ao demitir Alexandra Reis do cargo de secretária de Estado do Tesouro e destacou que não detinha a tutela quando foi decidido pagar 500 mil euros de indemnização à então diretora executiva da TAP.

O governante sublinhou ainda que a sua mulher, Stéphanie Sá Silva, ex-diretora jurídica da TAP, que abandonou o cargo quando Medina assumiu a pasta das Finanças, se encontrava em licença de maternidade quando a indemnização a Alexandra Reis foi acordada -- prometendo inclusivamente processar judicialmente quem continuar a disseminar o que diz ser uma "mentira objetiva".

"Uma coisa é dizer que o departamento jurídico participou, não sei se participou ou não, é um assunto interno da TAP. Outra coisa é dizer que a minha mulher participou, isso é falso, objetivamente falso, e digo-vos que, se os senhores jornalistas, depois do desmentido que faço, continuarem a insistir na repetição de uma mentira objetiva, estarão ao lado daqueles que estão a denegrir a nossa vida pública e a nossa vida democrática."

"A minha mulher apresentou a sua renúncia à TAP no dia 30 de março" e portanto, adiantou Medina, "não estava na empresa, não teve conhecimento, não negociou, não participou e nada teve a ver com esse processo".

O ministro das Finanças destacou ainda que, apesar de ter repetido esta informaçãoa vários interlocutores, "passado estes dias todos eu registo que essa campanha, que é procurar atingir-me através da minha mulher, continua por parte de partidos políticos, comentadores e jornalistas".

"As pessoas que jogam baixo na vida pública, que procuram denegrir as mulheres de políticos como se não tivessem vida própria, eu a essas pessoas só posso responder da seguinte forma: não nos vão atingir. Vamos continuar a responder com verdade, com elevação, com dignidade e os casos que tiver de colocar em tribunal colocarei em tribunal em defesa da honra própria."

Medina afasta responsabilidades próprias

Nestas declarações aos jornalistas, o ministro rejeitou ter responsabilidades no caso da indemnização de meio milhão à agora ex-secretária de Estado do Tesouro, considerando que, se não passou, a decisão deveria ter passado pelo Ministério das Finanças, à data tutelado por João Leão.

"Não é obviamente natural, não é obviamente adequado que uma empresa que tem uma tutela financeira que é o Ministério das Finanças, que haja decisões com este impacto e que não sejam do conhecimento do Ministério das Finanças, não é regular."

“Eu não ocupava nenhuma função governativa quando esta decisão da TAP é tomada”, afirmou, lembrando que era ainda João Leão o ministro das Finanças. "O que fiz foi a minha obrigação", adiantou, referindo ainda que, no Governo, apenas Pedro Nuno Santos sabia da indemnização paga a Alexandra Reis.

“Não fui responsável porque não atribuí a indemnização, não a conhecia, não a atribuí, não concordei com ela e, por isso, não me sinto responsável [pela demissão de Pedro Nuno Santos]”, acrescentou.

Questionado sobre a aparente ilegalidade cometida pela administração da TAP, que comunicou à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que Alexandra Reis saiu por vontade própria, ao contrário do que diz a ex-secretária de Estado, Medina remeteu decisões sobre a sua própria continuidade no cargo para quando houver resultados do inquérito aberto ao caso.

"A Inspeção Geral de Finanças (IGF) vai fazer o seu trabalho, quando acabar nós tiraremos conclusões."

Da mesma forma, Medina deixa em aberto a continuidade da atual administração da TAP, cujo futuro também depende da auditoria a cargo da IGF.

[atualizado às 14h59]

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  • luisa hanko
    30 dez, 2022 santa cita 17:58
    A falta de Moral nos nossos Governantes cresce em cada dia que passa. Mostrarem que se sentem mal, tinha ficado bem a todos. Quanto a sra. ex. secretária da mais PESADA Pasta da Governação, onde vai cair o Tributo de cinco Milhões de Honestos Portugueses, e dos pesados Impostos a que estamos Sujeitos, origem da Precaridade em que vivem mais de Dois milhões de Cidadãos, Assim como a Degradação nos serviços de Saúde, Educação e Justiça, e de muitos mais. Atendendo ainda que: A sra. que Tutela os Mn. do SSS, fez um enorme SACRIFICIO, para repor com 240€, o DIREITO á Sobrevivência das Familias, (que vivem Esquecidas); uma semana de alimentos, prestação/renda da casa, agua e luz. Enquanto esta ex. secretária, calculou a forma de Enriquecimento com Indemnizações, garantiu continuar a tutelar um TACHO no ESTADO. Se tudo isto não teve intervenções dos Ministérios em questão, então a sra. em causa, conhece muitos truques maldosos, sendo ao mesmo tempo destituída de Moral, o que já foi provado. Pois enquanto aos trabalhadores da TAP, lhes são IMPOSTOS CORTES, ELA MANIPULA A LEI, e RECEBE MEIO MILHÃO DE EUROS. ENQUANTO CINCO MILHÕES DE PORTUGUESES VIVEM MARGINADOS PELO ESTADO SOCIAL E DO DIREITO MORAL. DE LEMBRAR QUE A LEI MORAL ESTÁ ACIMA DA JURIDICA, VEJAMOS PARA QUE LADO PESA A BALANÇA DA JUSTIÇA. RESTABELEÇÃO A MORAL NO JURAMENTO QUE FIZERAM QUANDO ASSUMEM POSSE, EM HONRRAR E CUMPRIR, NO RESPEITO PELA DEFESA DE PORTUGAL, E BEM ESTAR DOS CIDADÃOS. luisa hanko
  • Americo
    30 dez, 2022 Leiria 15:12
    Boa tarde. Queria lembrar a este senhor, que o caso de Alexandra Reis, não é virgem. Temos também o caso do Sérgio Figueiredo. A competência não se obtém com ameaças ao Tribunal. Têm-se ou não têm. Então não escrutina quem se nomeia ? Seria interessante saber como é que esta senhora foi nomeada. Faça-nos um favor e diga-nos. Obrigado.

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