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Se fosse com Santana Lopes..."Tinha dado enforcamento no Terreiro do Paço", diz o próprio

29 dez, 2022 - 11:05 • João Cunha , Olímpia Mairos

O ex-primeiro-ministro, que foi demitido por Jorge Sampaio, entende que António Costa tem direito a continuar a governar, mas com outro elenco governativo.

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O antigo primeiro-ministro Santana Lopes diz que por menos do que está a acontecer com o atual Governo, o antigo Presidente Jorge Sampaio dissolveu o Executivo que liderava, pelo que, por iguais critérios, o atual Executivo já devia ter sido dissolvido mais do que uma vez.

“Se fosse hoje, acho que já tínhamos tido quatro discussões com tanta bronca, entre o centro de Caminha e os casos anteriores que houve e agora este da TAP e tudo. Não tinha dado direito a dissolução, tinha dado direito enforcamento no Terreiro do Paço.", diz o presidente da Câmara da Figueira da Foz à Renascença.

"Mas é tempo que já lá vai, eu não gosto de olhar para trás, para mim está ultrapassado”, acrescenta.

Santana Lopes entende, todavia, que “o país deve pensar nisto” porque “a esquerda tem sempre direito a mais do que o centro-direita tem".

"Com o centro-direita é tudo grave, com a esquerda há sempre uma desculpa, uma razão para seguirmos para diante. Isso é que é grave, muito grave no nosso sistema político", concretiza

Santana Lopes defende, contudo, que devia ser o Governo a demitir-se para que pudesse recomeçar do zero.

“Eu penso que as coisas não podem ficar na mesma. O primeiro-ministro, até para defesa dele próprio, deve tomar uma atitude. Tem direito a continuar a governar, mas deve apresentar a demissão deste Governo. E o Presidente da República deve pedir-lhe para formar Governo, novamente. Acontece isso em democracia, muitas vezes", argumenta.

"António Costa tem legitimidade para continuar a governar e ele próprio deve ficar de mãos livres para formar nova equipa”, reforça.

Para Santana Lopes, compreende-se que o PSD possa apresentar uma moção de censura porque, de facto, "é muito grave tudo o que se tem passado".

"O PSD, na minha opinião, como principal partido da oposição, deve defender algo próximo disto porque isto é insustentável”, remata Pedro Santana Lopes.

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