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"Tema não está ultrapassado". PSD volta a criticar mudanças à lei da Interpol e Europol

12 dez, 2022 - 22:29 • João Malheiro com Lusa

Paulo Rangel refere que o partido "continua empenhado em escrutinar como isto será executado" e em "reverter a concentração do poder policial numa única pessoa e na dependência direta do poder político", admitindo uma proposta de alteração à lei, no futuro.

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O vice presidente do PSD, Paulo Rangel, insiste que a concentração de Europol e Interpol na Segurança Interna implica "uma perda operacional enrome" e uma "compressão dos direitos dos cidadãos" e que o tema "não está ultrapassado", apesar do diploma ter sido promulgado esta segunda-feira.

O Presidente da República promulgou a lei do Ponto Único de Contacto para a Cooperação Policial, depois do Tribunal Constitucional não se ter pronunciado sobre a inconstitucionalidade do diploma.

Em reação, à Renascença, o eurodeputado considera que "havia boas razões para declarar a inconstitucionalidade da lei", mas respeita a "leitura muito formal" do Tribunal Constitucional (TC).

"Agora, do ponto de vista político, há muitos problemas. Os principais argumentos do PSD foram sempre políticos, não constitucionais. Não é uma questão puramente jurídica", realça.

Paulo Rangel refere que o partido "continua empenhado em escrutinar como isto será executado" e em "reverter a concentração do poder policial numa única pessoa e na dependência direta do poder político", admitindo uma proposta de alteração à lei, no futuro.

E lamenta "a obsessão do PS" que diz que, desde 2006, "procura por as informações da Interpol e da Europol sobre a dependência do poder político".

"Não nos conformamos com esta decisão. É uma decisão má", reitera.

Chega diz que lei ameaça separação de poderes

O Chega também reiterou as críticas ao diploma sobre o Ponto Único de Contacto para Cooperação Policial Internacional, considerando esta lei "uma ameaça ao princípio da separação de poderes".

A posição do partido liderado por André Ventura surge depois de o Tribunal Constitucional (TC) ter dado luz verde ao decreto sobre o Ponto Único de Contacto para Cooperação Policial Internacional, na sequência do pedido da fiscalização preventiva do Presidente da República. Na sequência deste acórdão, Marcelo Rebelo de Sousa promulgou quase de imediato o diploma.

"A decisão do tribunal constitucional de dar luz verde à retirada da Europol e Interpol da esfera de competência da Polícia Judiciária (PJ) não nos convence. Este é um ponto de contacto que não deve sair da PJ e/ ou dos magistrados do processo, sendo que qualquer outra interferência uma ameaça ao princípio da separação de poderes", considera a Direção Nacional do Chega.

Numa nota enviada à agência Lusa, o partido alerta que "serão as investigações a políticos ou a membros da esfera governativa as que mais poderão estar em risco de interferência abusiva por parte de outras entidades, o que pode comprometer investigações futuras ou até investigações em curso em Portugal".

A direção do Chega aponta também que "este é mais um sintoma do rolo compressor da maioria absoluta socialista".

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